DE VOLTA AO TEMPO –
No final da década de 1950, muito jovem ainda, fui picado pela mosca azul do futebol.
Bem cedo participei da equipe organizada e dirigida pelo funcionário dos Correios e Telégrafos, de nome Zé Negrinho, um amante, um apaixonado do bom futebol e, especialmente pelo seu time de coração e da alma, o ABC FC.
Zé Negrinho, foi o responsável pela criação do time infantil: o Abecezinho, imbatível, uma verdadeira seleção de craques mirins; o embrião da equipe juvenil do time alvinegro.
Fiz parte do seu rico elenco e muito aprendi. Porém não houve avanço, não fiquei no ABC.
Em certo momento, não sei bem explicar, fui levado para o time naval, o Riachuelo Atlético Clube (RAC), quando participei do campeonato da cidade na categoria juvenil, no Estádio Juvenal Lamartine; me destaquei, inclusive, fazendo parte da equipe principal em alguns jogos. Foi aí, que as cortinas se abriram e passei a ser visto como “promessa” do futebol potiguar.
Do Riachuelo, fui levado para o Alecrim FC por indicação e chamamento do treinador Pedrinho 40. Contava com meus dezenove anos, em pleno apogeu, quando fui convocado para a Seleção do Estado para participar do Campeonato Nacional ( 1962). Nos dois anos seguinte, fui bicampeão pelo Alecrim FC.
São essas as minhas inesquecíveis e vitoriosas passagens pelo futebol potiguar, que certamente ficarão marcadas para sempre, até mesmo depois do apagar da velha e última chama.
Berilo de Castro – Médico e Escritor