Um grande volume de demissões nos setores da agropecuária e da indústria levou o Rio Grande do Norte a fechar o mês de março com um novo saldo negativo de empregos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do governo federal.
Juntos, os dois setores foram responsáveis pelo fechamento de mais de 2.900 postos de trabalho formal no estado, ao longo do mês.
Considerando todos os setores, o RN teve 18.035 contratações e 18.113 demissões, resultando em um saldo de -78 empregos. Os saldos positivos dos serviços, do comércio e da construção civil não foram suficientes para reverter o número de vagas fechadas.
Saldo de empregos no RN em março de 2023
Setor | Contratações | Demissões | Saldo |
Agropecuária | 432 | 1990 | -1558 |
Indústria | 2323 | 3668 | -1345 |
Construção | 3003 | 2114 | 889 |
Comércio | 4573 | 3715 | 858 |
Serviços | 7704 | 6626 | 1078 |
Total | 18035 | 18113 | -78 |
Na comparação com março de 2022, no entanto, houve uma redução no fechamento de vagas. No mesmo mês do ano passado o estado fechou 1.464 postos de trabalho – o segundo pior resultado no ano, para o estado.
No acumulado de janeiro a março de 2023, a diferença entre números de admissões e demissões também é negativa, porém menor, de -41 postos de trabalho.
Foram 49.168 trabalhadores contratados contra 49.209 desligados. No trimestre, a agropecuária e a indústria também foram os setores que puxaram o saldo negativo, mas a agropecuária desponta como setor que mais demitiu.
Com fechamento de 3.667 postos de trabalho desde janeiro, registra o fechamento de quase 20% das vagas que mantinha no estado.
“O movimento da queda do desemprego no primeiro trimestre comparado com o segundo trimestre ocorre, principalmente, em decorrência do início do desligamento dos trabalhadores do setor da fruticultura irrigada, voltada especialmente para exportação, por conta do pico da safra que vai até dezembro e, a partir de janeiro, mesmo ainda estando no período da safra, dá-se o início dos desligamentos devido em função da diminuição das atividades da agricultura irrigada. O setor volta a contratar trabalhadores rurais a partir do segundo semestre (julho). Analisando, o impacto maior é principalmente nas áreas da agricultura irrigada como: Apodi, Mossoró, Afonso Bezerra e Upanema, que são algumas das cidades com maior produção de frutas”, afirma José Vieira, presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Faern).
Já as demissões da indústria, em março, coincidem com a perda de faturamento do setor ao longo do mês, por causa de ataques criminosos.
Os dados potiguares vão na contramão do resultado nacional. O Brasil gerou 195,171 mil empregos com carteira assinada em março deste ano, segundo informou o Ministério do Trabalho e Emprego.
Fonte: G1RN
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