Investigado na Operação Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode ser o próximo para deixar a linha sucessória do Palácio do Planalto. Após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a eventual confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sobre a mesa uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) protocolada pela Rede Sustentabilidade que contesta a legalidade de réus assumirem a Presidência, ainda que interinamente. Contra Renan, pesa uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) há três anos e meio.
O parlamentar é acusado de receber suborno da Construtora Mendes Júnior para pagamento de despesas de uma filha fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso, em 2007 — o caso ainda não foi a julgamento na Corte. Na época, o escândalo provocou a renúncia de Renan da presidência da Casa. Caso a acusação seja aceita pelo STF, o peemedebista passa a ser réu pelo crime de peculato. O caso ganha mais um ingrediente com a decisão sobre a ADPF da Rede. A legenda, além de pedir o afastamento de Cunha, solicitação prejudicada porque ele já teve o mandato suspenso por tempo indeterminado, quer que qualquer pessoa que responda a ação penal na Corte seja impedida de entrar na linha sucessória da Presidência da República.