DENÚNCIAS DE PALOCCI E A RETA ELEITORAL DE FAKES E DENÚNCIAS

Na reta final da eleição para o 1º turno, o Juiz Sergio Moro retirou sigilo de parte da delação premiada do ex-ministro. É um estrago considerável para qualquer reputação de governante, e, no caso do PT, reforça a imputação com sobras. Palocci revelou que 90% das medidas provisórias dos governos do PT continham propina. Ainda se referiu às campanhas de 2010 e 2014, disse que custaram R$ 1,4 bilhão. Acrescente-se que o valor é maior do que o declarado à Justiça Eleitoral.

A defesa do ex-presidente afirma que ‘Palocci mentiu mais uma vez’ e que juiz quer ‘causar efeitos políticos para Lula e seus aliados’, na referência à iminência da eleição na qual o PT joga todas as fichas no ex-prefeito Haddad, que não conseguiu se reeleger em São Paulo. Ainda os advogados de defesa reafirmam que a decisão de Moro “apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente”. É um repetitório na defensiva de tantas denúncias que redundaram na prisão do presidente de honra do PT.

Mas a metralhadora giratória de Palocci, via juizado em delação premiada, ainda conseguiu agravar mais as denúncias. Uma delas, que Lula tenha usado o pré-sal para negociar e conseguir dinheiro para campanhas do PT. Na questão da gigante estatal, que o ex-presidente petista fez indicar Paulo Roberto Costa com o objetivo de “garantir ilicitudes” na Petrobras. Os números são contundentes, diz Palocci que ao menos 900 das mil medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT envolveram propinas. Pode-se imaginar o montante financeiro em jogo.

No bojo das denúncias, Palocci também incluiu o MDB, ao afirmar que o partido do Presidente Temer “exigiu” de Lula a diretoria internacional da Petrobras, chegando, inclusive, a travar votações importantes no Congresso, segundo disse, com o fito de fazer pressão pela indicação política.

Na imprensa, a ex-presidente Dilma fez divulgar nota na qual diz que o valor apontado por Palocci é “absolutamente falso”. Ela nesse contexto eletivo, referiu-se à quebra de sigilo da delação do ex-ministro como um “factoide eleitoral”.

No termo de delação tornado público, se lê que o ex-ministro se comprometeu a restituir R$ 37,5 milhões como indenização pelos danos penais, cíveis, fiscais e administrativos dos atos que foram praticados. A recordar que Palocci está preso desde 2016 e existe uma condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Anteriormente, o ex-ministro petista procurou fechar um acordo com o Ministério Público Federal (MPF), mas sem sucesso. Enfim.

Na semana do voto, não há o que pensar, tudo pesa na balança das convicções, e o que se sabe até agora, que o dito “voto útil” antipetista aparece nas pesquisas, e revela o tamanho incômodo igualmente aos partidos tradicionais além de balançar o próprio staff lulista. É ver para confirmar nas próximas semanas que prometem emoções e muita agitação política.

 

Luiz SerraProfessor e escritor
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