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Desnutrição atinge cerca de 50% de crianças Yanomami de até 5 anos monitoradas pelo SUS

Imagem de crianças na Terra Yanomami em janeiro de 2023 — Foto: Reprodução/TV Globo

Ao menos desde 2015, cerca de metade das crianças Yanomami de até 5 anos apresentam peso baixo ou muito baixo para a idade. O pico de crianças fora do peso adequado foi em 2021, quando 56,5% de crianças yanomami estavam com algum nível de déficit de peso.

Os dados são do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena do Ministério da Saúde fornecidos via Lei de Acesso à Informação.

Os números não representam o total das crianças Yanomami, mas aquelas que foram atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SasiSUS), acompanhadas pela Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN).

Essas crianças são cadastradas para que seja realizado monitoramento e avaliação das ações de saúde a serem realizadas pelas equipes multidisciplinares de saúde indígena.

Desde janeiro, a Terra Indígena Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, enfrenta grave crise sanitária, com dezenas de casos de malária e desnutrição grave.

O governo federal decretou em 20 de janeiro emergência de saúde pública para viabilizar assistência aos indígenas, e também tem atuado junto às forças policiais para retirar milhares de garimpeiros que exploram ilegalmente a terra indígena.

Veja os números da desnutrição infantil na tabela abaixo:

Crianças Yanomami de até 5 anos abaixo do peso

Ano Crianças monitoradas Baixo peso Peso muito baixo % abaixo do peso
2015 3516 1059 666 49,1
2016 3942 1198 809 50,9
2017 3722 1107 656 47,4
2018 4187 1220 861 49,7
2019 4382 1338 1050 54,5
2020 4044 1227 978 54,5
2021 4245 1269 1130 56,5
2022 4040 1098 1011 52,2

Situação ao longo dos anos

Em 2015, de 3516 crianças acompanhadas pelo Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), 1059 estavam com peso baixo e 666 com peso muito baixo para a idade. Isso representou, naquele ano, 49,1% do total das crianças acompanhadas fora do peso considerado ideal.

Em 2016, eram 50,9% crianças nessa condição. Em 2017, eram 47,4%. E 49,7% em 2018.

Os períodos abarcam as gestões dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer.

2021 foi o pior ano

Em 2019, já no governo de Jair Bolsonaro, houve o maior aumento proporcional na taxa de crianças fora do peso ideal, com aumento de 5 pontos percentuais, para 54,5% das crianças, mesmo índice de 2020.

O pior cenário se verificou em 2021, quando 56,5% das crianças estavam com déficit de peso: dos 4245 Yanomami de até 5 anos monitorados, 1269 estavam com peso baixo e 1130 com peso muito baixo. O período coincide com a pandemia da Covid-19.

No ano passado, a situação apresentou melhora, no entanto. mais da metade das crianças monitoradas seguia fora do peso ideal: 52,2%.

Fonte: G1

Ponto de Vista

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