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Destilado ou fermentado: qual bebida dá mais ressaca?

Destilado ou fermentado: qual bebida dá mais ressaca? — Foto: Racool_studio no Freepik

Você quer beber, mas quer evitar a terrível ressaca no dia seguinte. E aí, o que você escolhe: destilado ou fermentado? Talvez sua resposta seja: vou na cerveja, tem menos álcool, ou seja, menos mal-estar no dia seguinte. Mas será que é isso mesmo? Existe uma bebida alcoólica que dê mais (ou menos) ressaca?

A resposta é não. No final, tudo é álcool. O problema, na verdade, está na quantidade de bebida ingerida.

“De um modo geral, não tem uma bebida que dê menos ressaca. O importante é consumir o álcool com moderação, já que a quantidade de álcool e a velocidade de ingestão influenciam muito na questão da embriaguez. Também é importante se hidratarporque o álcool estimula a diurese, a perda de líquido pela urina”, alerta Álvaro Pulchinelli, toxicologista do Fleury Medicina e Saúde.

O que é a ressaca e por que ela provoca mal-estar?

A ressaca é o resultado de uma intoxicação pelo álcool.

Ela está ligada à metabolização do álcool, que passa primeiro pelo estômago, por uma enzima chamada álcool desidrogenase. No fígado, o álcool se transforma em acetaldeído – um composto que causa desidratação celular, pode agredir as células e dá a sensação de mal-estar.

“O acetaldeído é uma molécula tóxica que causa desidratação celular, causa náusea e é responsável pela maioria dos sintomas associados à ressaca.”,  Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Segundo o hepatologista, a velocidade com que o acetaldeído é formado depende da quantidade de álcool que chega ao fígado e da rapidez com que o fígado maneja e metaboliza esse álcool.

O álcool também provoca uma perda das reservas de glicogênio no fígado, uma espécie de estoque de energia.

“Por isso que o indivíduo acorda com fome e tem vontade de comer doce pela manhã”, complementa Raymundo Paraná.

Só resta esperar

Infelizmente, não existe um remédio para curar ressaca. E ela pode durar mais do que esperado – até 24 horas após a bebedeira.

“Não existe um tratamento específico. A pessoa precisa esperar o organismo eliminar todo o álcool”, orienta Álvaro Pulchinelli.

 

Veja o que mais você pode fazer:

  • Manter repouso;
  • Tentar manter uma boa hidratação;
  • Evitar o jejum e fazer refeições leves (comida gordurosa pode piorar os efeitos da ressaca);
  • Utilizar analgésicos simples (em casos de dor de cabeça ou dor);
  • Tomar medicamentos antieméticos (contra o enjoo);
  • Tomar antiácidos (para gastrite).

E tem como prevenir a ressaca?

A pessoa pode optar por dois caminhos: não beber ou beber moderadamente, sem excessos. Além disso, os especialistas dão algumas dicas que podem ajudar a amenizar os sintomas:

Evite beber de estômago vazio (o que acelera a absorção do álcool);

Evite beber quando o sono não está regular;

 Hidrate-se durante o consumo de álcool – o ideal é um copo de água para cada dose de bebida. A água ajuda a diluir o álcool no estômago e a chance de ficar muito intoxicado é menor;

Coma durante o consumo de álcool – isso pode reduzir a absorção do álcool.

Mito ou verdade?

 

  • Misturar vários tipos de bebidas alcoólicas piora a ressaca? Não piora nem melhora. O que vai importar é a quantidade de álcool que você consumiu e a sua suscetibilidade.
  • As mulheres são menos resistentes ao álcool? É verdade. As mulheres têm menos quantidade de álcool desidrogenase – enzima que modula a quantidade de álcool que vai chegar ao fígado.
  • Depois dos 30 anos, a ressaca é pior? Não. É uma verdade relativa. O álcool desidrogenase vai diminuindo com a idade, mas isso costuma ocorrer entre 40 e 50 anos.
  • Vomitar ajuda a passar a ressaca? Não. O vômito pode aliviar o desconforto pela distensão do estômago, mas pode induzir à perda de sais minerais e desidratação. Em geral, os sintomas da ressaca só aparecem depois que todo o álcool ingerido já foi absorvido e metabolizado.
  • Existe bebida boa e bebida ruim? Existem bebidas que são mais impuras, que trazem não só o álcool, mas outras substâncias que podem gerar mais intolerância e sintomas. Bebidas mais “qualificadas” têm menos impurezas e reduzem riscos de agentes adicionais à intoxicação, além do álcool. Mas vale lembrar: o mais importante é sempre a quantidade de álcool que você bebeu.

 

Fonte: G1RN
Ponto de Vista

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