DIA MUNDIAL CONSAGRADO À ÁGUA, SERVE DE ALERTA –

No dia 22 de março foi uma data para reflexão no mundo. Em nosso país cabe outra análise inquietante maior: Até quando o Brasil será o maior filtro do planeta? Em recentes debates acerca de programas e estudos de preservação de florestas e da água resultou em uma conclusão de que ainda temos 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável.

Segundo análise espelhada pelas imagens de satélite, similares às usadas para mensurar desmatamentos, ficou evidente a redução da área úmida que, num espectro maior, nos conduz à constatação de que esse fenômeno pode se estender desde os últimos 30 anos. No bojo da averiguação tecnológica se constatam os desastres naturais de monta que são creditados a fatores como mudanças do clima, desmatamento e construção de hidrelétricas, que afetam a dinâmica de cheias na região.

Em vista disso a data consagrada à água está sendo considerada uma data não a festejar, mas de preocupação. Nosso gigantesco filtro à superfície, além dos maiores aquíferos, é a Amazônia que perde cobertura verde por ano de 350 km2, assim como revelam imagens de satélite.

A água potável é nossa fonte vital, visto que a busca científica interplanetária por outras formas de vida com a essencial e necessária existência desse bem precioso.

 Em 2017, o Osservatore Romano deixou outra inquietante indagação: O mundo caminha rumo à grande guerra mundial pela água? (www.osservatoreromano.va)

Mais uma constatação, a de que já existem alguns conflitos originados ou agravados pela factual falta de recursos da água, e pode-se exemplificar o da região de Darfur, no Sudão. Da leitura de relatórios do Pacific Institute (que estuda temas relacionados à falta de água e à segurança global), para cerca de 1 bilhão de pessoas já é complicado o acesso a H2O potável. Tendência a piorar ainda mais devido ao aquecimento global. Ainda segundo especialistas em relações internacionais, em menos de 50 anos já haverá comprometimento vital em regiões do globo, e poderemos sentir as consequências, como aumento nos preços dos alimentos, protestos, migrações em massa e mesmo colapso de alguns estados. De outro lado, há incisivos argumentos contra o surgimento de um novo conflito mundial em razão da carência de água. No trato internacional, por exemplo, muitos países dependem mais comercialmente uns dos outros e receiam o perigo real de destruição mútua se para tais extremos sejam utilizadas as chamadas armas de destruição em massa. Mas o alerta já acendeu a luz amarela se tanto.

De certo mesmo é que o Brasil precisa fazer urgentemente o dever de casa da preservação inequívoca de florestas e nascentes, para que a estratégia mundial de sobrevivência não se altere a tal ponto.

 

 

Luiz SerraProfessor e escritor
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