O medicamente Baricitinibe, utilizado para o tratamento de artrite reumatoide, dermatite atópica e alopecia, pode frear a progressão do diabetes tipo 1. A conclusão é de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Médica de St. Vincent, em Melbourne, publicado nesta terça-feira (6) na revista científica “New England Journal of Medicine”.
De acordo com a pesquisa, o remédio é capaz de preservar a capacidade do corpo de produzir insulina. Os testes da fase dois do estudo foram realizados mundialmente em pessoas que haviam recebido o diagnóstico da doença em um prazo de até 100 dias antes do início do tratamento.
Segundo o Ministério da Saúde, o Baricitinibe é um “medicamento que atua sobre o sistema imune, auxiliando no processo de recuperação de quadros inflamatórios”. Além do uso para tratar artrite, dermatite e alopecia, durante a pandemia, foi autorizada a administração do remédio para tratamento da Covid-19.
Tratamento promissor
O tratamento com o baricitinibe se mostrou promissor no estudo em pessoas que foram recentemente diagnosticadas com o diabetes tipo 1.
“Quando o diabetes tipo 1 é diagnosticado, ainda existe uma quantidade significativa de células produtoras de insulina. Queríamos ver se conseguiríamos proteger essas células do avanço da destruição pelo sistema imunológico”, afirma o professor Thomas Kay, um dos coordenadores do estudo.
Kay explica que, no caso de pessoas com diabetes tipo 1 em estágios avançados, o medicamento não deve ser efetivo. Isso porque, em fases mais avançadas, o paciente se torna incapaz de produzir a própria insulina.
É mais provável que o baricitinibe seja mais útil em pessoas em fases iniciais da doença ou naquelas que já têm alto risco de desenvolver diabetes no futuro – embora o medicamento ainda não tenha sido testado nesse grupo.
A pesquisa também é inovadora por trazer uma opção de terapia que poderia ser administrada em forma de comprimido, como uma alternativa à aplicação da insulina.
Fonte: G1