DIÁRIO DE UMA TRAVESSIA –
Empreendi a travessia da véspera do Natal coletando máximas do Antigo e do Novo Testamento. Uma maneira de orar. De refletir sobre a vida com os seus erros e equívocos. “Porque o temor do Senhor é o princípio da ciência” (Provérbios 1.7). Por isso, “Louvarei ao Senhor enquanto viver” (Salmo 146.2). Neste mundo em que as pessoas permutam os templos pelas praias, shows e futebol, lembrei-me do profeta Amós 8.11 e 12: “Eis que, vêm dias, diz Jeová, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor e não acharão”. A justificativa fui achar no livro de Jeremias 17.5: “Maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor”.
Continuei a viagem de circunavegação espiritual. Entrei no Novo Testamento pelas mãos de Mateus no portal 11.28 a 30, ouvindo Jesus dizer uma das mais impactantes palavras do seu amor pela humanidade comum: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliarei. Tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. E lá no capítulo 24.13, arremata: “Aquele que perseverar até o fim, será salvo”. Já era perto da meia-noite. O universo profano, movido pelo livre arbítrio de Deus, começava a ser ouvido. Seriam bem-aventurados os ruidosos deste mundo? Dirigi-me ao Evangelho de Marcos, 8.34 a 38: “E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate de sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.”
O evangelista João, no capítulo 36, resume pela voz de Jesus Cristo, quase todo o conteúdo de sua mensagem: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita, as palavras que eu vos disse são espírito e vida”. E lá adiante, complementa Jesus, através de João 10.10: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”, 10.30: “Eu e o meu Pai somos um”. Capítulo 16.33: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
E referindo-se aos discípulos e pedindo por eles ao Pai, o capítulo 17.16: “Não são do mundo, como eu do mundo não sou”. Eis aí a essência de Jesus Cristo cem por cento homem cem por cento Deus – o único de todas as religiões do nosso planeta que realmente ressuscitou.
Nessa travessia, faltava-me ouvir Paulo, ainda entre outros, igualmente cheio do Espírito Santo. Paulo veio me servir, afirmando em Romanos 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê…” Se os seres viventes dissessem isso em toda parte e em qualquer lugar, o mundo seria melhor. Seguindo para o capítulo 6.23, de Romanos, o grande Paulo, assistido pelo Espírito Santo proclama que o “Salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna…” Mas, na Primeira Epístola aos Coríntios (capítulo 1.18 e 19), o leitor resplandecerá diante da inquietante revelação: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus porque está escrito: destruirei a sabedoria de sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Eis aí mais um insondável mistério da fé”. Lá no versículo 27, aduziu: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir os fortes”. No versículo 29, conclui: “Para que nenhuma carne se glorie perante Ele”.
Terminei tudo, ouvindo, sem ler mais a Bíblia, de memória, a palavra de Jesus antes de subir para o Pai: “Eu vos deixo a paz; eu vos dou a minha paz”. Aí refleti: “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Aproveito para desejar a todos os amigos e conterrâneos, um Feliz Natal repleto de amor e paz e um 2021 repleto de saúde e prosperidade.
Valério Mesquita – Escritor, Membro da Academia Macaibense de Letras, Academia Norte-Riograndense de letras e do Conselho Estadual de Cultura e do IHGRN– [email protected]