Categories: Blog

Dino bloqueia emendas de comissão do Senado, mas permite pagamento de recursos reservados até 23 de dezembro

O ministro do STF, Flávio Dino, em imagem de 2024 — Foto: Gustavo Moreno /STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (30) bloquear as emendas de comissão indicadas por líderes do Senado em ofício encaminhado ao governo.

O ministro, no entanto, permitiu que sejam pagas as emendas que foram “empenhadas”, ou seja, reservadas no Orçamento, até o dia 23 de dezembro.

A decisão foi tomada pelo ministro após o Senado prestar informações sobre como foram aprovadas as emendas de comissão pela Casa.

As indicações das emendas foram assinadas por 11 lideranças do Senado e, somadas, representam cerca de R$ 2,5 bilhões em recursos que serão destinados para obras e outras ações em estados e municípios.

O ministro adotou para o Senado o mesmo entendimento que utilizou para bloquear R$ 4,2 bilhões das emendas de comissão da Câmara.

Flávio Dino afirmou que a resposta repassada pelo Senado não contém as atas de comissões aprovando as indicações (ou especificações) dos líderes.

“O que conduz à mesma contradição visceral: como empenhar uma ‘emenda de comissão’ cuja indicação do beneficiário e o valor a ser a ele repassado não foram aprovados pela comissão?”, questionou o ministro.

 

Para Dino, esse controle pelo colegiado parlamentar não é um detalhe de menor importância. O ministro destacou que regras do Congresso impõem “requisitos e procedimentos que devem ser aferidos pela Comissão Parlamentar competente”.

“Mais uma vez, diferente de versões desacertadas, não se trata de o STF ‘invadir’ a esfera do Poder Legislativo ou ‘judicializar’ a política. E, sim, de legítimo controle jurisdicional de validade de atos administrativos, em razão de regras aprovadas pelo Congresso Nacional”, escreveu Dino.

Impasse sobre emendas

Na última segunda (23), Flávio Dino determinou a suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão de 2024 da Câmara – e mandou a Polícia Federal investigar a liberação desse valor.

Essa decisão de Dino colocou em dúvida um ofício editado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e por líderes partidários da Câmara que, em tese, “confirmou” as indicações de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.

Emendas parlamentares são verbas previstas no Orçamento da União e que são pagas conforme indicação dos deputados e senadores. Os parlamentares destinam os valores para obras em seus estados ou municípios.

As emendas de comissão são parte dessas verbas. Pelas regras atuais, cabe a cada comissão permanente da Câmara e do Senado chegar a um acordo sobre a indicação desses valores, aprovar as emendas e registrar essa aprovação em ata.

Desde agosto, Flávio Dino vem restringindo o pagamento dessas emendas e cobrando que Executivo e Legislativo cheguem a um modelo mais transparente para divulgar o detalhamento desse dinheiro: quem indicou, onde o dinheiro está e em que será gasto, por exemplo.

AGU pede esclarecimentos

Nesta segunda-feira, a Advocacia-Geral da União orientou ao governo que não execute as emendas que estão sendo alvo de questionamentos no STF.

No parecer, a AGU disse que é necessária uma “interpretação mais segura” da decisão de Dino. Isso porque, segundo o órgão, há uma “dúvida razoável” em relação ao que foi decidido.

A AGU também enviou a Dino um pedido para que sejam liberadas todas as emendas empenhadas até 23 de dezembro. E também solicitou esclarecimentos sobre as últimas decisões tomadas pelo ministro do Supremo.

O órgão do governo pede prioridade na liberação de emendas parlamentares destinadas à área da saúde.

A AGU quer ainda que seja declarada a validade das emendas de comissão reservadas para a saúde até 23 de dezembro e, com isso, garantir o mínimo de investimento no setor previsto na Constituição, algo em torno de R$ 370 milhões.

Em resposta, Dino determinou que o órgão do governo comprove “objetivamente, com números, que os apontados R$ 370 milhões são IMPRESCINDÍVEIS para o alcance do piso constitucional relativo às despesas com Saúde”.

“[A AGU também deve informar se tais empenhos são oriundos de indicações de ambas as Casas Parlamentares (Senado e Câmara), e em que montantes”, conclui o ministro do STF.

Fonte: G1RN

Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 6,1350 DÓLAR TURISMO: R$ 6,3780 EURO: R$ 6,3170 LIBRA: R$ 7,5590 PESO…

14 horas ago

MPU publica edital de concurso público com vagas no RN; salários são de até R$ 13,9 mil

O Ministério Público da União (MPU) publicou o edital do novo concurso público da instituição…

15 horas ago

Beber café pela manhã pode reduzir risco de morte por doenças cardiovasculares, mostra estudo

O hábito de tomar café pela manhã pode reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares.…

15 horas ago

Incêndio florestal na Pedra do Chapéu mobiliza bombeiros do RN

Um incêndio florestal mobiliza bombeiros militares do Rio Grande do Norte desde a tarde de…

15 horas ago

Prefeitos de cidades do RN publicam decretos de ‘emergência administrativa’ após assumirem gestões

Os novos prefeitos de duas cidades do Rio Grande do Norte publicaram decreto de emergência…

15 horas ago

Dois anos do 8/1: Governo reintegra ao acervo da Presidência obras de arte vandalizadas nos atos golpistas

Dois anos após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o governo reintegrou…

15 horas ago

This website uses cookies.