Jaécio Carlos*
Os recentes Jogos Panamericanos realizados em Toronto, Canadá, mostraram um novo comportamento dos atletas brasileiros: o gesto de continência. A não aberta posicionada ao lado direito da cabeça, é uma atitude de respeito usada pelos militares para saudar companheiros, superiores, a bandeira nacional e o hino do país em solenidades públicas. Os atletas brasileiros inovaram e chamaram a atenção do mundo com esse gesto militar. Além da continência, alguns colocavam a mão direita no peito esquerdo, ao ouvirem o hino nacional. Há países que também usam esse gesto, mas a continência foi ideia dos nossos atletas ao subirem ao pódio para receberem as medalhas a que fizeram jus.
Unidades militares brasileiras, principalmente a Marinha, estão treinando jovens interessados no atletismo, em diversas modalidades, preparando-os para dias melhores em suas vidas. Ordem e disciplina são ensinados dentro dos quartéis e o respeito a Pátria faz deles cidadãos e cidadãs com apurado senso de respeito ao país.
Que bom ver a “luz no fim do túnel”. A formação de atletas, em todas as modalidades esportivas, feita dessa forma, com os militares passando para os civis o que é comportamento ordeiro com respeito as instituições, elevando o grau de inteligência de muitos jovens, ainda em formação e o que é melhor, recebendo medalhas em competições mundiais, orgulha a todos.
Essa nova postura deve ter partido de algum comandante e a orientação de usar a continência no momento solene da ascensão da bandeira brasileira, junto com o hino nacional, diante de todos, deve ter partido de algum militar marketeiro que, com inteligência e senso de oportunismo, pediu que os atletas vencedores, fizessem esse gesto, que surpreendeu a todos.
O Ministro dos Esportes ao ser questionado, falou que “não há nenhuma proibição por parte dos oganizadores do certame, pois se houver, iremos respeitar e orientar nossos alejtas a não usarem a continência”.
Que lição poderemos tirar disso? Neste momento em que o Brasil está sendo passado a limpo, com o desmantelamento de grupos que saquearam o país, atitudes de civilidade mostradas através de gestos como esse, nos dão a certeza de que, se bem orientados, poderemos voltar a ser uma nação onde o poder central volte a ser respeitado. Carecemos de atitudes, assim, como estas que foram mostradas durante essa competição tão importante para a América Latina.
O ouro vai também para esses brasileiros que, à margem da mídia, fazem o Brasil ser um país de vencedores.
*Jaécio Carlos, Publicitário e palestrante