DOCES LEMBRANÇAS –

A Praia de Camurupim está localizada no litoral sul do Rio Grande do Norte, no município de Nísia Floresta, a cerca de 30km da capital, Natal. É uma das praias mais bonitas do Estado.

Pois bem. Andrea era ainda menina, e com a mãe aprendeu a fazer cocada de coco com leite condensado. Sua família possuía uma pousada na Praia de Camurupim. Logo as cocadas passaram a fazer parte das sobremesas da pousada, e se tornaram um sucesso. De sabor inesquecível, quem comesse daquelas cocadas, jamais esqueceria o sabor.

Na Praia de Camurupim, as cocadas tornaram-se conhecidas e preferidas pelos veranistas. Eram a principal sobremesa. O seu gosto permaneceu na lembrança da freguesia, mesmo depois que a pousada fechou.

O tempo passou, a pousada foi vendida, e há vários anos a família de Andrea é proprietária de um atelier, onde se faz consertos de roupas, num bairro nobre de Natal.

O pai já faleceu, mas ela e a mãe trabalham diariamente no atelier, com o auxílio de competentes costureiras. É o melhor atelier da cidade.

Por saudosismo e por gostar de cocada, uma vez por outra Andrea leva para o atelier, como  lanche, uma “produção” caseira de cocadas, iguais àquelas que fazia com a mãe, quando era menina, na pousada da Praia de Camurupim.
Na verdade, Andrea nunca deixou de fazer cocadas, uma das suas iguarias preferidas, e agora dos seus filhos.
Certo dia, presenteou uma cliente com duas cocadas, embaladas em plástico transparente e ornamentada com um lacinho de fita. Ao chegar em casa, a cliente, por ser diabética, repassou o presente ao casal de amigos  que eram seus vizinhos.

A vizinha gostou muito e se emocionou, lembrando-se das cocadas que comia em Camurupim, nos veraneios da sua infância. Fez questão de pedir o endereço de Andrea.  No dia seguinte, foi até lá, perguntar se aquelas cocadas haviam sido feitas pela mesma pessoa, que as fazia, décadas atrás, numa pousada da Praia de Camurupim, durante o veraneio.

 A sua emoção foi grande, ao descobrir que Andrea do atelier, hoje casada e mãe de família, era a mesma pessoa que, ainda menina, ajudava a mãe a fazer aquelas cocadas maravilhosas e inesquecíveis.

As duas mulheres se abraçaram, emocionadas com o reencontro. De repente, as lembranças de uma infância feliz tomaram conta delas.
Andrea chorou, ao se lembrar do pai, hoje falecido, e que, era o dono da Pousada de Camurupim. Era ele quem mais gostava das cocadas que a filha e a esposa faziam.

Doces lembranças, que o tempo nunca apagará.

 

 

 

 

 

Violante Pimentel – Escritora
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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