O documentário “Vamembolá”, que conta a vida do embolador de coco potiguar Chico Antônio, vai ser lançado nesta terça-feira (23), às 20h, no Teatro Alberto Maranhão, em Natal. A entrada é gratuita.
O filme tem direção de Lucila Meirelles e Cid Campos, que estarão presentes no evento e vão participar de um bate-papo, mediado pelo pesquisador João Natal, após a exibição do documentário.
Chico Antônio ficou conhecido após ser citado pelo escritor e pesquisador modernista Mário de Andrade, que registrou o encontro dos dois, em 1929, no livro “O Turista Aprendiz”. Até hoje, no entanto, são poucos os registros sobre a vida e a obra do coquista, principalmente em vídeo.
O filme apresenta depoimentos de artistas, amigos, familiares e do próprio Chico Antônio – lembranças, impressões, sentimentos e memórias – numa abordagem experimental e musical.
Na direção e roteiro de “Vamembolá”, a paulista Lucila Meirelles promoveu voos pelas paisagens das cercanias do engenho Bom Jardim, zona rural de Goianinha, próximo a Pedro Velho, onde Chico Antônio entoava seus cocos e onde aconteceu o encontro que encantou o escritor Mário de Andrade.
Para os diretores do filme, Mário de Andrade transformou Chico Antônio num dos símbolos do Modernismo, cultuado pela intelectualidade dos anos 30 e 40 como um exemplo do talento do artista popular.
A trilha sonora, assinada pelo também paulista Cid Campos, transcria os cocos de Chico Antônio, conferindo contemporaneidade à marcação do ganzá, com remixes e sons eletrônicos.
O músico e produtor musical experimenta livre sobre registros de fragmentos da voz já cansada de Chico Antônio, em tratamentos sonoros inspirados, programações de beats e, em algumas faixas, tocando violão, guitarra, baixo, bateria e teclados.
No filme, há depoimentos do cantor, multi-instrumentista e pesquisador pernambucano Antônio Nóbrega; do neto do embolador Pedro Viana Moreira; e dos amigos Dona Zuleide José de Almeida e Seu Braz Luiz de Almeida. Além disso, Chico Antônio aparece contando histórias e lembranças, e cantando sozinho com seu ganzá e com o parceiro Paulírio.
“Produzir um filme sobre Chico Antônio no Rio Grande do Norte é, antes de tudo, um reconhecimento do valor histórico e cultural de um dos maiores patrimônios imateriais da cultura popular do estado. Com uma equipe majoritariamente audiovisual potiguar, esse filme foi uma imersão coletiva dessa jornada de cruzamentos entre Chico Antônio e Mário de Andrade”, comentou o o produtor-executivo do documentário, Arlindo Bezerra.
Fonte: G1RN
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