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O dólar se manteve em trajetória de queda contra o real e encerrou o pregão de ontem em baixa pelo terceiro dia seguido, diante da expectativa de que o aumento de juros nos Estados Unidos não deve ser tão iminente quanto se pensava anteriormente. O movimento da sexta-feira foi desencadeado pelos fracos números do relatório de empregos norte-americano de maio, que mostrou a pior geração de empregos desde 2010, sinalizando que a maior economia do mundo pode não estar pronta para um aperto de crédito.

Exportadores, investidores estrangeiros, fundos e bancos reduziram parcialmente suas posições compradas em dólar, em meio à cautela com o ambiente econômico americano e expectativas de migração de fluxo estrangeiro para mercados emergentes. Além do relatório de emprego, conhecido como payroll, os sinais de enfraquecimento econômico dos EUA foram reforçados pelos resultados ruins de índices de atividade no setor de serviços.

A expectativa é de que a queda do dólar se estenda para a semana que vem, podendo levar a moeda para abaixo dos R$ 3,50, de acordo com profissionais do mercado. No entanto, esse movimento pode desencadear atuação do Banco Central, com leilão de swap cambial reverso, para tentar sustentar um patamar mais alto, prevê um operador. O foco dos mercados se volta agora para o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, na próxima segunda-feira, que pode provocar ajuste de expectativas. Internamente, os destaques são o IPCA de maio e o anúncio da decisão sobre juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central, ambos na quarta-feira.

No mercado à vista, o dólar encerrou aos R$ 3,5252, em baixa de 1,65% e acumulando perdas de 2,38% desde o fechamento de terça-feira, a R$ 3,6111 – maior valor desde 7 de abril passado. Por volta das 17h29, o giro financeiro no mercado à vista, registrado na clearing da BM&FBovespa, somava cerca de US$ 608,4 milhões. Durante o dia, a moeda no balcão oscilou da mínima de R$ 3,5240 (-1,68%) à máxima de R$ 3,5937 (+0,26%). No mercado futuro, no mesmo horário, o dólar para julho recuava 1,72%, aos R$ 3,5615. O volume financeiro movimentado era consistente, de cerca de US$ 12,249 bilhões. Até esse horário, oscilou de R$ 3,5530 (-1,96%) a R$ 3,6275 (-0,18%).

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