O dólar fechou ontem em alta, sustentado por cautela com o ambiente político e o avanço da divisa dos EUA no exterior. Além de movimentos técnicos, possíveis surpresas com a delação de executivos de Odebrecht, principalmente aquelas que poderiam afetar o governo e o ajuste fiscal, motivaram operações defensivas. Negociado no balcão, o dólar à vista fechou com avanço de 0,57%, aos R$ 3,3894. Entre a mínima e a máxima da sessão, a moeda percorreu R$ 0,0656 ou 1,95 ponto porcentual de R$ 3,3445 (-0,76%) a R$ 3,4101 (+1,19%). Já no mercado futuro, o dólar para janeiro de 2017 encerrou em alta de 0,62%, aos R$ 3,4055.
Saindo um pouco do noticiário local, o exterior também teve sua contribuição para o avanço do dólar. O Dollar Index tocou a máxima de 103,270 pontos (0,24%) no começo da tarde, mas recuava 0,08%, aos 102,940 pontos no fim do dia. Frente ao peso mexicano, a alta era de 0,52% por volta das 18 horas. Mais cedo, prevaleceu a entrada de capital estrangeiro no País, pela via financeira nos mercados à vista e futuro de câmbio, enquanto lá fora o dólar recuava sob movimento de correção.
Alguns agentes também demonstraram otimismo com as medidas microeconômicas anunciadas por Temer e pelo ministro Henrique Meirelles para estimular a economia. Mas houve também críticas porque as medidas não teriam efeito prático imediato, porque seriam de aplicação em médio e longo prazo. Semana que vem, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, deve detalhar esforços para melhorar ambiente de negócios no Brasil. A instituição tratará do crédito de forma geral e também dos depósitos compulsórios, entre outros pontos ligados a seus quatro pilares de atuação: redução do custo de crédito, melhora da eficiência do sistema financeiro, arcabouço legal do BC e cidadania financeira.