DOMINGO NO PARQUE – Ana Luíza Rabelo

DOMINGO NO PARQUE –

As pessoas, de um modo geral, costumam se preocupar em juntar bens e valores que lhes sirvam durante uma crise prolongada, uma falta de saúde e mesmo durante a velhice. Estão corretíssimos aqueles que são previdentes, assim como a formiga da fábula que, durante o verão, acumula haveres alimentícios para suprir-lhe o inverno.

O problema é que as formigas têm o habito de esquecer-se completamente do outro lado da história e suplantam o lado cigarra de cada um, esquecem, ignoram, afogam e subvalorizam qualquer forma de divertimento, de pequenas aventuras, que nos tiram da rotina e dão um lustre à nossa alma, permitindo que possamos nos entregar com prazer ao trabalho. O descanso, o lazer e o bem-estar são direitos dos cidadãos enquanto lei marcada na nossa constituição e preceito religioso para todos os que acreditam que o Senhor fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo.

Não desejo que ninguém pare ou descuide do trabalho, nem que “torre” as economias de uma vida em farras, mas todo mundo merece e precisa de um momento de abstração, de relaxamento, de alegrias. Todo mundo deve, pelo menos uma vez na vida, dar-se ao luxo. Qualquer que seja ele, desde que represente momentos leves e de comunhão pessoal e familiar.

Um domingo na praia, no parque ou no sítio, uma viagem inesperada com a família, até mesmo um “passeiozinho de nada”, só para sair da rotina e valorizar e premiar a si mesmo pelo suor produzido pelo labor.

Todo presente é uma dádiva, e nosso dia atual é o maior presente que podemos receber. Cada dia que acordamos com saúde, que optamos pela felicidade, pela esperança e pelo perdão são bênçãos inigualáveis e que cada um tem as suas. Apesar de tantos obstáculos trazidos pela vida, nós superamos, crescemos e renascemos, todos os dias.

Então, presenteie-se com uma pérola de bem-estar, divida com os seus um momento especial, um cinema, uma caminhada no parque, uma comédia na televisão. Faça com que a sua vida e a de quem te rodeia seja tão preciosa quanto ela deve ser.

Assim como cada um tem uma história, todos temos problemas, e se deixar afundar neles como em areia movediça não traz solução, nem ajuda a ninguém. Espaireça, abstraia, lembre-se que dividir seus problemas faz com que eles diminuam, e dividir suas alegrias faz com que se multipliquem. Esta vida é uma só, então faça valer a pena, sem loucura, sem arrependimentos, com prazer e alegria.

 

Ana Luiza Rabelo – Advogada (rabelospencer@ymail.com)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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