DOUTOR OLAVO MEDEIROS, O MÉDICO, A PESSOA – Berilo de Castro

DOUTOR OLAVO MEDEIROS, O MÉDICO, A PESSOA –

Na década de 1960, fui aluno de Doutor Olavo Medeiros  na cadeira de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FM-UFRN).

Ele exercia a  titularidade de sua cadeira com despojamento; sem nunca impor arrogância, prepotência e autoridade aos seus colegas e auxiliares. Assim sendo, conseguia a admiração, o respeito e a empatia de todos com o seu jeito de bom seridoense.

Conheceu e fez uma sólida e bela amizade com o meu pai, Antônio de Castro (oficial da Polícia Militar), quando se conheceram em Caicó, na década de 1950; compadre do meu estimado sogro, competente e reconhecido odontólogo, um dos pioneiros profissionais do Estado, José Pericles Leite, com quem compartilhou, no mesmo prédio, o seu consultório, na Rua Ulisses Caldas, na década de 1960.

Falava pouco e escutava muito. Seguro e incisivo nos seus diagnósticos. – “É um câncer”; dizia ele apontando com a ponta do lápis ou com o dedo em cima da ferida.

Na época, as lesões dérmicas eram vistas e avaliadas a olho nu; inexistiam as eficientes e práticas lupas de grande aumento, recurso hoje presente e indispensável na mesa de todos os dermatologistas.

Em certo momento, na condição de Coordenador Clínico da Penitenciária João Chaves, fiz-lhe o convite para fazer uma “peneira” dermatológica nos detentos da Instituição carcerária. Atendeu prontamente.

Passamos uma manhã toda atendendo aos apenados que apresentavam problemas dermatológicos; sempre incansável e seguro nos seus diagnósticos e nos seus receituários.

A história da medicina do Rio Grande do Norte e, em particular, a história da Dermatologia passa, obrigatoriamente, pela figura icônica do Dr. Olavo Medeiros.

Fecho o texto com as palavras da sua colega e ex-aluna, Rita de Cássia Medeiros: Doutor Olavo Medeiros:

“Há pessoas silenciosas com as quais falamos tão pouco, porém as observamos por algo íntimo, quase mudo, quase imperceptível aos olhares superficiais, mas audível, porque exaltam retidão de caráter”.

Era assim a pessoa do Doutor Olavo Medeiros.

 

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  berilodecastro@hotmail.com.br

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