Em meio à resistência de países como os Estados Unidos à entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (11) que será “um absurdo” se a aliança militar não oferecer ao seu país a candidatura.
Os líderes de todos os países membros da Otan estão reunidos nesta terça na Lituânia para uma das principais cúpulas do bloco, que vai avaliar a entrada da Suécia e da Ucrânia na aliança.
Neste ano, Zelensky foi convidado a participar da reunião, e chegou nesta manhã à cidade de Vilnius, onde acontece a cúpula de dois dias.
A expectativa, no entanto, é que a Otan adie a abertura da candidatura de Kiev, sob o argumento de que isso poderia elevar os riscos de uma terceira guerra mundial.
“Se a guerra está em andamento, estaremos todos em guerra contra a Rússia se a Ucrânia entrar na Otan agora”, declarou o presidente do EUA, Joe Biden.
Os EUA, que acabaram de aprovar o envio das polêmicas bombas de fragmentação ao Exército ucraniano, lideram o grupo contrário à entrada da Ucrânia na aliança neste momento – no lugar disso, essa ala da Otan defende o abastecimento do Exército russo com armas. Zelensky não escondeu a decepção com a opinião de seu maior aliado no Ocidente.
O líder ucraniano vinha esperando que a Otan oferecesse uma via rápida de entrada – para ingressar na aliança, um país deve seguir uma série de requisitos e esperar a votação por unanimidade dos países membros, em um processo que pode levar até dois anos.
Mas a legislação da Otan também prevê uma forma de entrada com caráter de urgência, caso todos os sócios estejam de acordo. Neste caso, como ocorreu com a Finlândia após o início da guerra na Ucrânia, o ingresso de um país pode ocorrer em poucos meses.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também minimizou a decisão da Turquia de encerrar sua oposição à adesão da Suécia, dizendo que Ancara tem obrigações como membro da aliança e que Moscou não tinha ilusões a esse respeito.
Fonte: G1