Fernando Jorge
Pois é. Recebo a triste notícia de que a Petrobras reduzirá sua frota de sondas no estado. Alguns culpam a crise econômica ou o preço em baixa do petróleo. Para mim o verdadeiro problema está exatamente nos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Na Petrobras, os prejuízos decorrentes dos desmandos com a corrupção são incalculáveis. No último balanço estimou-se algo em torno de aproximadamente 6 bilhões. Ainda é muito pouco. Talvez aí ainda não estejam calculados os números intangíveis, perdidos com a imagem da empresa.
É claro que esta redução nos investimentos é um reflexo direto desses prejuízos. As medidas tomadas pela nova direção da empresa não poderiam ser diferentes. A venda de ativos e os desinvestimentos são medidas amargas, mas necessárias.
Em nosso estado os reflexos ainda são piores. Isto porque já havia uma forte corrente que defendia a venda dos campos terrestres, chamados maduros, em vista de que os investimentos para a retirada do petróleo nesses campos eram sempre questionados no momento de planejamento do orçamento da empresa. Ora, campos maduros requerem paciência e dinheiro, pois para a retirada do que resta de petróleo nesses campos faz-se necessário a injeção de vapor e o custo muitas vezes não é compensado pela baixa produção do que é retirado.
Com o agravamento dos problemas internos da Petrobras, é claro que a diretoria prioriza onde colocar seu dinheiro com o menor risco possível. É uma medida até lógica.
É uma pena, pois aqui no estado temos a informação de que serão desativados cerca de 5 mil postos de trabalhos, diretos e indiretos.
Algumas alternativas estão sendo pensadas, e as autoridades no assunto devem tomar ações rápidas no sentido de preservar os empregos ao máximo que for possível.
Eu acredito nos empregados da Petrobras e na recuperação da empresa.
Fernando Jorge – Contabilista