E DE TOLICES VIVE O HOMEM… –
Desde muito cedo, logo na minha primeira paixão, aos onze anos, que questiono o sentimento ciúme. Sim, eu senti ciúmes do meu primeiro namorado (na verdade, acho que senti ciúmes de todos gostei) o que me incomodou bastante o fato de eu querer controlar o pensamento do outro, suas vontades e desejos, caso não estivessem relacionados a mim.
Acho o ciúme um baita egoísta, tolo, infantil e, se não houver limite, se torna ridículo e sem noção. Acho deprimentes cenas de ciúmes. Acho humilhante para quem sente e não consegue dominar as ações destrutivas provenientes dele, o ciúme. É um sentimento moleque imaturo que sempre remete a insegurança, a desconfiança, a trapaça. Eu vou até mais longe, ele é pura falta de amor próprio, um sabotador das relações. Possessivo, o ciúme precisa do controle para se sentir amado.
Grande tolo!
Gosto da verdade, ela encurta caminhos, traz consigo tranquilidade e equilíbrio e, o mais importante em qualquer relação, confiança. Mas isso não quer dizer que a verdade aniquile o ciúme de nossas vidas, ela apenas nos dá subsídios para travar a luta interna contra o nó que entala a garganta, as náuseas que sentimos (mesmo de estômago vazio), a angústia que se instala no coração, sem falar no mundo de ideias tortas que conjecturamos em nossas mentes, criando cenas e fatos surreais. Como diz um grande amigo “o expediente mais caro é aquele em que queremos pensar, sentir e agir pelo outro”. Por experiência própria digo que o tiro sempre sai pela culatra.
Se tem uma coisa que eu sempre tive certeza é que nada nos pertence. Tudo nessa vida é efêmero, livre e independente. Assim como as pessoas chegam, se vão. Nós devemos saber aproveitar as oportunidades que nos são permitidas nessa caminhada chamada vida, temos apenas que aproveitar o tempo em que elas, as oportunidades, estiverem aqui, seja um amigo, filhos, livro, amores… como canta Nx Zero na música Tudo Passa:
[…]se não for pra ser feliz é melhor largar
Então se ligue e busque felicidade
pra existir história tem que existir verdade[…]
Afinal tudo passa, ainda mais nesses tempos de relações liquidas, de amores vividos como macarrão instantâneo que leva apenas 3 minutos para ficar pronto, no caso do amor para acabar. Tudo é passageiro, é fato que tudo passa, no entanto, mesmo com toda brevidade dos momentos, que eles sejam verdadeiros e imortalizados em seu vigor, pois, me parece, tudo por aqui já vem com seu prazo de validade.
O que nos resta é compreender nosso lugar nas relações, ter autonomia e independência para aceitar, ou não, determinadas circunstâncias. Penso que, partindo de toda a reflexão sobre o ciúme e seus malefícios, a única coisa que nos cabe é viver o melhor, o presente, viver o momento e aproveitar o que nos for permitido, sem estragar a beleza preciosa da cumplicidade.
Fatos irrelevantes devem ser ignorados em nome de um bem maior, a serenidade e paz nas relações. E aí, quando ele ameaçar emergir, o tolo ciúme, levante da cama, respire fundo, busque sua razão e volte com o seu melhor. Afinal, o amor começa em você.
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, flaviarruda71@gmail.com
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Concord plenamente, Flávia, com essa questão. O ciúme, em excesso, sem que haja um equilíbrio para que ele ocorra, é nefasto, aniquilador para um relacionamento. E tem mais ele é tão danoso que anula o que de melhor podemos ter em nós: o amor. Ah se todos soubessem o que eu sei...
Concordo plenamente, Flávia, com essa questão. O ciúme, em excesso, sem que haja um equilíbrio para que ele ocorra, é nefasto, aniquilador para um relacionamento. E tem mais ele é tão danoso que anula o que de melhor podemos ter em nós: o amor. Ah se todos soubessem o que eu sei...