ELEIÇÃO DE 2022 –
A eleição geral de 2022 terá o simbolismo de ser o ano do “bicentenário” da nossa independência, o que aumenta a responsabilidade do eleitor, na construção do futuro.
Em 1972, realizaram-se no país homenagens ao “sesquicentenário” da independência (150 anos), quando foram trasladados os restos mortais de D. Pedro I, vindo de Lisboa para o Rio de Janeiro.
Os despojos do Imperador percorreram todas as capitais brasileiras. Um dos eventos foi a Taça da Independência, com a presença de várias seleções internacionais.
Caminhando para os 200 anos de independência indaga-se o que fomos, que país temos hoje e o que queremos para o futuro?
O despertar da nossa independência ocorreu quando D. João VI (1822) quis recuar o Reino do Brasil ao anterior status de colônia.
Com grande influência da Argentina e Chile, que haviam conquistado a emancipação política, articulou-se o movimento, que tornou D. Pedro I, o Imperador do Brasil.
As Cortes Extraordinárias da Nação Portuguesa “endureceram”.
O navio português “Três Corações” chegou ao porto do Rio de Janeiro, em 28 de agosto de 1822, trazendo ordens alarmantes, tais como, D. Pedro perdia a condição de regente, os seus ministros seriam nomeados em Portugal e as províncias se reportariam diretamente a Lisboa.
O Brasil voltaria a ser colônia portuguesa.
Na semana até o 7 de setembro, os dias foram agitados e nervosos no Conselho de Ministros, sob a liderança de D. Leopoldina, que estava no exercício das funções de regência.
No dia 2 de setembro, aconselhada por José Bonifácio, ela assinou o decreto de Independência
Após a assinatura, enviou uma carta a D. Pedro para que ele proclamasse a Independência do Brasil, o que ocorreu em. 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.
D. Leopoldina foi coroada imperatriz em 1 de dezembro de 1822, na cerimônia de coroação e sagração de D. Pedro I.
Os Estados Unidos são considerados o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil., no ano de 1824.
Há estudos apontando, que a Argentina, já em 1823, havia feito esse reconhecimento.
O reconhecimento português só veio em 1825.
O Brasil da independência até a Proclamação da República apresentou crescimento demográfico e pouco investimento em Educação. A agricultura cresceu.
O setor terciário oferecia serviços públicos de bondes, iluminação a gás, bem como água e esgoto. O aumento da população urbana exigiu novos serviços.
Enfrentando crises e influencias externas, a história nacional ao longo do tempo destaca períodos como A República Velha ((1889-1930) a Era Vargas (1930 a 1945 e de 1951 a 1954), o Regime Militar (1964/1979, a Redemocratização e anos 2000 em curso,
Do ponto de vista econômico, o modelo de desenvolvimento implantado no Brasil situa-se em um contexto de crise entre o neoliberalismo e a retomada do pensamento desenvolvimentista, com a preocupação da redução das desigualdades sociais.
O ideário neoliberal ortodoxo apresenta sinais claros de esgotamento com altas taxas de desemprego, ampliação das desigualdades, concentração de renda, baixos índices de crescimento econômico.
A construção de alternativas exige repensar as relações entre o mercado, o Estado e as diferentes organizações da sociedade civil.
O que virá com os 200 anos da independência, sobretudo diante dos desafios do período, após pandemia?
Como defende Mariana Mazzucato, professora de Economia da Inovação na University College London, espera-se “que a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 seja uma oportunidade de “fazer um capitalismo diferente”, destacada a importância dos investimentos do Estado nos processos de inovação, considerando que na economia, “o valor não é apenas o preço”.
Apesar da tragédia humanitária que vivemos, há motivo para ser otimista.
Ney Lopes – jornalista, ex-deputado federal, professor de direito constitucional da UFRN e advogado