O projeto Feira Solidária está realizando a sua segunda edição e pedindo, a partir dessa quinta-feira (21), doações de R$ 20 para a compra alimentos produzidos por agricultores familiares de dois assentamentos potiguares: Quilombo dos Palmares, em Macaíba, e Patativa do Assaré, em Ceará-Mirim. Os produtos comprados serão doados para pessoas em vulnerabilidade social de dois bairros da Grande Natal: Vila de Ponta Negra e Pium, em Parnamirim.
Para doar, basta entrar em contato por mensagem pelo telefone 9-8866-1001 ou falar com o professor Tarcísio Gonçalves, da Escola Agrícola de Jundiaí, e com Gabriela Sales, líder do movimento Banquetaço, pelas redes sociais. As doações podem ser feitas até 12h da segunda-feira (25).
O projeto surgiu por conta do atual cenário de isolamento social em função do coronavírus. Os produtores dos assentamentos têm tido dificuldades para vender os alimentos, assim como a situação de muitas famílias também tem piorado com a crise, o que faz faltar comida dentro de casa.
A primeira edição do projeto arrecadou cerca de 1,5 tonelada de alimentos, que foi doado para pessoas em vulnerabilidade social no bairro Nossa Senhora da Apresentação.
“Nós percebemos uma disposição muito grande das pessoas em ajudar. E também ainda tem muita gente precisando. Na primeira edição, doamos para o bairro Nossa Senhora da Apresentação, que é um bairro grande da Zona Norte, e ficou faltando produtos para muitos moradores. Assim, pensamos em abrir uma segunda edição e transformar aquela ação em um projeto”, explicou o professor Tarcísio Gonçalves.
Segundo o professor, a repercussão da primeira edição foi boa, tanto que ele tem mantido contatos com pessoas que planejam expandir a ideia do projeto para outras cidades, fora do RN. Algumas outras pessoas também pediram auxílio a Tarcísio para utilizar a ideia desse projeto como base para outros. “Falaram comigo de Baía Formosa, por exemplo, para tentarmos uma forma de ajudar também os pescadores que tiveram uma queda muito grande nas vendas nesse período”, pontuou.
Ele também ganhou apoio da própria Escola Agrícola de Jundiaí no projeto.
Para a nova edição, a Feira Solidária decidiu contribuir com mais um assentamento e doar os produtos também para dois bairros. “Por conta do distanciamento, muitas delas acabaram diminuindo o fluxo”, comentou. “Acrescentamos também um prazo final para as doações. A gente está tentando ir bem devagar, com muito cuidado, porque a logística é bem complicada”.
Com as doações, serão comprados no assentamento Quilombo dos Palmares: 2 quilos de macaxeira, 2 quilos de banana, 1 quilo de mamão e uma unidade de coco seco. Na Patativa do Assaré, serão 2 quilos de macaxeira, 2 quilos de batata doce, 2 quilos de banana, uma unidade de abacaxi e uma unidade de coco seco.
O professor explicou que o projeto, além de colaborar no momento de crise, visa ainda contribuir de outras formas. “A gente quer aproximar o produtor da agricultura familiar do consumidor, demonstrar que em uma ação como essa a universidade pode dar retorno imediato à sociedade e que a sociedade civil pode ajudar ativamente”, falou.
Formado em Gastronomia, ele acredita que isso pode contribuir também para uma aproximação do serviço de alimentação, como bares e restaurantes, com a agricultura familiar. “Há às vezes relatos de problemas com o agricultor familiar como fornecedor. Mas essa relação precisa ser de parceria. E é isso que tentamos explicar”, contou.
Fonte: G1RN