EM DIA COM A GRATIDÃO –
A gratidão é um dever social cotidiano, obrigação moral, um valor que deve ser praticado e demonstrado. Para os japoneses, virtude aprendida nas escolas aos seis anos de idade. Eles ainda estabelecem uma espécie de hierarquia no exercício de agradecer. Começa dirigida aos pais, parentes, professores, ao seu grupo. A retribuição do favor (giri), dívida consequência do benefício, deve ser também demonstrada com expressão corporal, por reverência, uma curvatura em arco (ojigi). Quanto maior a curvatura do corpo, maior mostra do sentimento.
Irmã gêmea do amor, a gratidão não é uma pequena virtude. É uma qualidade moral superior, a aptidão para reconhecer o benefício recebido é mesmo uma forma harmônica de agir, diríamos até, ética e estética.
O dia mundial da gratidão (21 de setembro) coincide com o dia da paz e da árvore.
A primeira gratidão há de ser a Deus, à natureza que Ele também criou. Em meio a inumeráveis seres inanimados, estamos vivos, dotados de consciência e de inteligência.
A maior folclorista e compositora chilena Violeta Parra, em canção famosa, dá lição do nosso privilégio humano. Manifesta a sua gratidão à vida que lhe havia dado tanto. Deu-lhe dois olhos, que lhe permitem distinguir perfeitamente o preto e o branco e, no mais alto do céu, seu manto de estrelas. E ainda consegue, na multidão, identificar a pessoa amada. Violeta lembra a força expressiva contida nas palavras: mãe, amigos, irmão e luz.
Quando nos beneficiamos, criamos um vínculo com o benfeitor, um compromisso emotivo que exige retribuição. Ele passa a ser digno de reconhecimento, como ideal a ser cumprido. O afeto deve permanecer. Certamente, quem pratica gratidão sinaliza a sua excelência de costumes. E torna possível aferir o caráter da pessoa.
A gratidão, forma amorosa sutil, é ativa, enquanto que a ingratidão é passiva. Até Jesus sentiu o peso da ingratidão. Ele curou dez excluídos da sociedade, discriminados leprosos. Jesus mandou que eles se mostrassem aos sacerdotes. Somente um voltou para agradecer e o Mestre perguntou-lhe: “Não foram dez os curados, limpos? Onde estão os outros nove?” O evangelista anota que o agradecido não era judeu, mas estrangeiro, samaritano. Nove preferiram o esquecimento, a passividade, ou seja, noventa por cento dos que se tornaram saudáveis.
A História guardou a gratidão na mitologia grega. Chegou a Apolo a notícia de que o rei da Tessália, Admeto, era extremamente bondoso com seus servos e empregados. O deus resolveu conferir trabalhando com o Rei. E comprovou. Então, decidiu compensá-lo dando-lhe em casamento a bela Alceste, princesa disputada por muitos reis. Ainda mais, concedeu-lhe que, na hora da morte, tivesse duplicado o tempo que havia vivido. Assim aconteceu, mas de última hora a poderosa Morte exigiu que algum voluntário morresse em seu lugar. Em razão de quantas pessoas foram beneficiadas pelo rei, esperava-se que surgissem voluntários. Nenhum apareceu, nem os velhinhos, seu pai e mãe que quiseram conservar um fiozinho de vida. Alceste se ofereceu. E Admeto ficaria viúvo se Hercules não se condoesse. Salvou a felicidade conjugal.
Natal, desse lado do mundo, é a cidade dos Reis Magos. Os reis mágicos do Oriente, como agradecimento, deram de presentes ao Deus-menino ouro, incenso e mirra.
Nesta cidade, temos muitas razões para exercer a gratidão não só no seu Dia, mas continuadamente.
Diógenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN
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