O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu principal rival, Benny Gantz, anunciaram que formaram uma aliança para um governo de emergência nessa segunda-feita (20).
Assim, os dois põem um fim a meses de paralisia governamental. Com esse acordo, evita-se a quarta eleição consecutiva em um ano.
Os termos desse acordo não foram anunciados imediatamente. Mas os jornais israelenses afirmam que haverá um período de três anos em que Netanyahu será primeiro-ministro, seguidos de outros três em que Gantz terá o cargo.
Depois da última votação, no dia 2 de março, houve um impasse –nenhum grupo politico tinha maioria para formar uma maioria no Congresso e formar um governo. Netanyahu e Gantz concordaram, no fim do mês, em formar um governo de unidade por causa da crise causada pela pandemia de Covid-19.
Os problemas legais de Netanyahu, que responde por corrupção na Justiça, foram entraves para as negociações.
Embora Netanyahu não tenha conseguido, nas últimas eleições, uma maioria, o acordo de coalizão devolve ao líder o cargo de primeiro-ministro.
Durante três campanhas no ano passado, Gantz e seu partido Azul e Branco afirmaram nunca que não serviriam em um governo de Netanyahu.
As negociações entre os dois líderes giraram em torno do julgamento de Netanyahu, que deve começar no próximo mês. Os principais pontos de discórdia incluíam uma exigência do primeiro-ministro de ter mais voz sobre as nomeações judiciais, o que poderia influenciar o caso dele caso esse chegue ao Supremo Tribunal.
Coronavírus na crise política
Na noite de domingo, milhares de manifestantes, inclusive ex-parceiros políticos de Gantz, fizeram um protesto em Tel Aviv contra um possível acordo de governo. Eles acusavam Netanyahu de usar a crise do coronavírus para se proteger das acusações na Justiça.
Gantz, afirmaram os manifestantes, abandonou sua principal promessa de campanha. Ele foi criticado por querer formar um governo com Netanyahu. Ele argumentou que há uma crise de saúde pública, e que negociar uma coalizão é a única coisa responsável a se fazer.
“Estou em paz comigo mesmo e com minha decisão. Israel precisa de um governo de emergência nacional, e Israel vem antes de tudo”, ele afirmou na semana passada.
Fonte: G1