O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou ao cargo na noite desta segunda-feira (11). Em um pronunciamento, Henry afirmou que deixará o poder assim que um conselho de transição for instaurado.
Horas antes do pronunciamento, a renúncia do primeiro-ministro haitiano já havia sido confirmada por Irfaan Ali, presidente da Guiana e atual líder da Comunidade do Caribe (Caricom), a qual o Haiti faz parte.
Além disso, autoridades dos Estados Unidos afirmaram que a decisão sobre a renuncia de Henry foi tomada na sexta-feira (8).
“Peço a todos os haitianos que mantenham a calma e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”, disse.
Segundo a Caricom, o conselho de transição haitiano será composto por dois observadores e sete membros com poder de voto, incluindo representantes do setor privado, da sociedade civil e da igreja.
No caso da nomeação do primeiro-ministro interino, o nome escolhido pelo conselho não poderá participar das próximas eleições do Haiti.
O presidente da Guiana afirmou que a Comunidade do Caribe e outras entidades internacionais se comprometeram em colaborar com a transição pacífica de poder no Haiti e a realização de eleições livres.
O Haiti decretou estado de emergência no dia 3 de março depois de penitenciárias serem atacadas por gangues armadas. Mais de 3.500 detentos conseguiram fugir e mortes foram registradas.
O episódio piorou a situação do Haiti, que vive uma crise política, humanitária e de segurança desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. Naquele ano, Ariel Henry assumiu o poder.
Líderes de gangues e parte da população queriam a saída de Henry e a realização de eleições gerais, que não acontecem há quase uma década. Por outro lado, o primeiro-ministro afirmava que ainda não era seguro realizar eleições.
Atualmente, Henry está na ilha de Porto Rico, que é um território dos Estados Unidos. Gangues haitianas ameaçaram o primeiro-ministro e atacaram o principal aeroporto do país para impedir a volta dele.
Autoridades dos Estados Unidos afirmaram que Henry poderá continuar no território pelo tempo que for necessário e que o retorno dele ao Haiti depende de uma melhora na segurança do país.
O agravamento da situação no Haiti fez com que o Brasil pedisse com urgência a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para a criação da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti.
Fonte: G1
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