A emissão de gases causadores do efeito estufa precisa diminuir mais de 7% ao ano no período entre 2020 e 2030 para que o aumento na temperatura média global seja de apenas 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Caso as emissões não sejam reduzidas nesse ritmo, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,2ºC.
A conclusão do novo relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta terça-feira (26) é que os acordos atuais para a redução das emissões não são suficientes para evitar as mudanças climáticas.
O Relatório sobre a Lacuna de Emissões afirma que, mesmo que todas as metas do Acordo de Paris sejam implementadas, as temperaturas deverão subir 3,2°C, “trazendo impactos climáticos ainda maiores e mais destrutivos”.
Para alcançar a meta de 1,5°C, os objetivos precisam ser cinco vezes mais ambiciosos na próxima década. Desse modo, o Pnuma afirma que, apesar da pressão, ainda é possível permanecer abaixo de 2ºC e até de 1,5ºC.
Qualquer adiamento além de 2020 deixaria rapidamente a meta de 1,5 ºC “fora de alcance”. Mesmo para respeitar a meta mínima de 2ºC em comparação à era pré-industrial, o planeta precisaria reduzir as emissões em 2,7% por ano entre 2020 e 2030.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), se a temperatura ultrapassar 1,5°C, eventos climáticos como ondas de calor e tempestades aumentarão em frequência e intensidade.
A temperatura já aumentou 1ºC no planeta, o que provocou a multiplicação de catástrofes climáticas. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados. “Dez anos de procrastinação climática nos levaram a esta situação”, disse à AFP a diretora do Pnuma, Inger Andersen.
Os esforços também devem passar por grandes investimentos em dinheiro. Com um cenário de 1,5ºC, o Pnuma calcula a necessidade de investimentos de entre US$ 1,6 trilhão e 3,8 trilhões anuais entre 2020 e 2050, apenas para o setor energético.
Os custos financeiros e sociais da transição podem parecer faraônicos, mas adiá-los será pior: “cada ano de atraso a partir de 2020 exigirá reduções de emissões mais rápidas. Portanto, cada vez será mais caro, improvável e difícil”, diz o texto do Pnuma.
O anúncio da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que as metas assumidas pelos países mais poluidores durante o Acordo de Paris precisam ser revistas antes mesmo de começarem a entrar em prática. O acordo determina que os países implementem as metas entre 2020 e 2030.
A cada ano, o relatório do Pnuma avalia a diferença entre as emissões previstas para 2030 e os níveis que seriam adequados para atingir as metas de 1,5°C e de 2°C do Acordo de Paris.
“Por dez anos, o Relatório sobre a Lacuna de Emissões tem soado o alarme, e por dez anos o mundo só aumentou suas emissões”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Ainda segundo a ONU, os 20 países mais desenvolvidos do mundo respondem por 78% de todas as emissões, mas 15 deles ainda não se comprometeram com um cronograma para zerar as emissões.
As transformações radicais da economia não poderão acontecer sem uma evolução profunda “dos valores, das normas e da cultura do consumo”, afirma o documento da ONU.
China, União Europeia e Índia – membros do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) – estão a caminho de cumprir seus compromissos iniciais de redução de CO2. Mas pelo menos sete integrantes do bloco, incluindo Japão e Estados Unidos (país que oficializou a saída do Acordo de Paris), não os respeitarão.
A constatação “sombria” envia uma mensagem clara poucos dias antes da conferência sobre o clima da ONU (COP25) em Madri, que começará em 2 de dezembro. “O relatório é um aviso contundente”, reagiu a ministra espanhola para a Transição Ecológica, Teresa Ribera, segundo a AFP.
“Afirma que as emissões devem atingir o teto em 2020, ou seja depois de amanhã, e começar a diminuir de maneira acelerada a partir desta data. Portanto, a COP25 em Madri tem que ser um marco decisivo”, disse Ribera.
A concentração dos principais gases do efeito estufa na atmosfera alcançou um recorde em 2018, anunciou nesta segunda-feira (25) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), também ligada à ONU.
De acordo com os cientistas, o dióxido de carbono (CO2), que está associado às atividades humanas e é o principal gás causador do efeito estufa que permanece na atmosfera, bateu um novo recorde de concentração em 2018, de 407,8 partes por milhão (ppm). Ou seja, nível 147% maior que o pré-industrial de 1750.
Fonte: G1
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