Um empresário foi preso e US$ 3,5 mil foram apreendidos durante uma operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (17) pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte contra um esquema de fraudes envolvendo pirâmide financeira, que teria causado prejuízos a várias vítimas.
A Operação Gizé também cumpre mandados judiciais de bloqueio de contas e a indisponibilidade de bens de duas empresas e de três homens que seriam sócios no esquema. Um desses homens foi o preso e outro é considerado foragido da Justiça.
Ainda foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão com o apoio da Polícia Militar. Entre os bens bloqueados estão veículos, ações e planos de previdência.
“Pelo que já foi apurado, três homens se associaram para a prática dos crimes de lavagem de capitais e ocultação da origem ilícita dos valores arrecadados em desfavor das vítimas”, informou a corporação.
Inicialmente, os crimes foram cometidos entre os anos de 2014 a 2017, por meio da abertura de uma empresa, segundo as investigações.
Os atos ilícitos ligados à pirâmide financeira teriam sido praticados por meio de um site. Na página da internet, a empresa se declarava como um grupo de investimento no mercado financeiro. “A empresa se revestia de marketing multinível para convencer os consumidores a associarem-se, prometia lucros, remunerações e benefícios futuros bem acima da expectativa de mercado”, informou o MP.
Porém, com o passar do tempo, os clientes que aderiram à proposta anunciada deixaram de ser remunerados, desencadeando uma série de denúncias de fraude contra a empresa.
Diante disso, segundo o MP, o grupo teria passado a dissimular e ocultar a origem dos valores recolhidos.
“Em razão dos sucessivos atrasos dos valores investidos pelos clientes na empresa, o nome e o CNPJ dela ficaram marcados por máculas geradas pela fama do uso da pessoa jurídica para aplicar golpes. Esses registros foram feitos em 2019. Apesar dos registros terem ocorrido em 2019, a empresa já não existia oficialmente desde 2017, circunstância que, para o MPRN, demonstra premeditação e consciência do desenvolvimento de atividade ilícita por parte dos investigados”, informou o órgão.
Nova empresa
De acordo com o MP, os investigados acumularam capital sabendo que as vítimas não seriam restituídas ou remuneradas. Prova disso, segundo o órgão, é que os empresários alteraram o nome societário, extinguiram a empresa e continuaram funcionando por meio de outro CNPJ, enquanto aparentavam que a primeira empresa estava em funcionamento.
Cerca de um mês antes da data de encerramento da empresa, em agosto de 2017, os homens constituíram uma nova empresa, com o mesmo endereço da anterior e com os antigos sócios.
Para o MPRN, essa conduta, somada à continuidade das atividades em nome de empresa oficialmente extinta, “evidencia a comunhão de esforços dos investigados em dissimular a origem ilícita dos valores, assim como condutas de ocultação das quantias apuradas”.
Para os investigadores, a nova empresa serviu para “blindar” a atuação da anterior, pois recebeu recursos da empresa extinta após seu encerramento formal, com redistribuição das quantias entre os sócios investigados.
A operação também apreendeu documentos e computadores. O MP informou que o material apreendido será analisado pelo MPRN para tentar descobrir se novos crimes foram cometidos contra mais vítimas por meio da implementação de outras pirâmides financeiras. O homem preso já foi encaminhado para o sistema prisional potiguar e está à disposição da Justiça.
Fonte: G1RN