ENFIM? –
Desde julho comecei outra atividade acadêmica. Meu Deus! Nunca repeti tantas vezes a frase “Não sei!”. Entretanto, foi através dela que tenho aprendido. E muito. Assim, tenho convivido com outras pessoas e descoberto como voltar a conhecer gente nova. E pedir ajuda na cara de pau mesmo. Sim, isto é um aprendizado. Sim, isto foi meio que perdido durante a pandemia. Um ano com medo de convívio. Não foi?
Bem, em uma conversa em meio aos barulhos de teco-teco-teco dos teclados dos computadores, eu e mais dois terminamos o assunto dizendo:
– Enfim…
– Enfim?
– Enfim!
Foram três ENFIM ditos com entonações diferentes, pois carregavam após ele sinais de pontuação que demonstravam qual o significado que queríamos dar a esta palavra-frase. Porque, cá para nós, ENFIM carrega um peso enorme no seu significado. Parece que ele conclui, sem concluir por dar margem a novas reflexões, todo o conteúdo de uma conversa inteira.
Entretanto, para, enfim, entender o ENFIM, precisamos compreender como chegamos nele.
Enfim, talvez seja tolice falar dele. Poderia falar sobre palavras gostosas de pronunciar, como BUMBUM, BOMBOM, ESTÚPIDO, BUNDA, mas, mesmo estas palavras sendo divertidas de serem ditas, não carregam em si a beleza de poderem finalizar uma conversa com sua total compreensão.
Enfim…
Enfim?
Sim, enfim!
Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, professora universitária e escritora