A construtora Engevix, que compõe o consórcio administrador do aeroporto de Natal com o grupo argentino Corporacion América, confirmou ter colocado a partição que detém no aeroporto potiguar à venda, assim como a que possui no aeroporto de Brasília. A informação foi confirmada pelo presidente do conselho de administração do grupo, Cristiano Kok, em entrevista publicada hoje no jornal Folha de São Paulo. Já havia rumores de que a empreiteira estaria disposta a sair do negócio.
O contrato de concessão para operacionalização do aeroporto estabelece que qualquer transferência de controle da concessionária precisa de anuência prévia da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O trâmite envolve o recebimento da solicitação, a análise e avaliação do pedido. Um novo leilão, nesse caso, não seria necessário.
No dia 18 de fevereiro, a Anac afirmou a um jornal impresso local que até aquele momento a concessionária não havia oficializado à agência qualquer pedido relacionado à venda do aeroporto.
Na entrevista à Folha, em que fala do envolvimento da empreiteira em um esquema de corrupção na Petrobras – investigado pela operação Lava Jato, Kok diz esperar que a Engevix não quebre, e afirma que a empresa tem R$ 1,5 bilhão em dívidas com bancos e fornecedores. “Vendemos nossa empresa de energia e colocamos à venda nossas participações nos aeroportos de Brasília e Natal, e o estaleiro no Sul. Se tudo der certo, vamos encolher, mas continuar vivos”, disse.
O aeroporto Governador Aluízio Alves foi o primeiro do país concedido à iniciativa privada. A concessão foi arrematada pelo consórcio Inframérica, por meio de leilão realizado em 2011. O consórcio ficou responsável pela construção parcial, manutenção e exploração do aeroporto, por um período de 28 anos.
No dia 31 de maio de 2014 o empreendimento começou a funcionar, em São Gonçalo do Amarante. Na mesma data, o Augusto Severo, que atendia a demanda do estado, deixou de receber voos comerciais.