O início da obra de engorda da praia de Ponta Negra, em Natal, depende da emissão da licença de instalação e operação que foi solicitada pelo município ao Idema no dia 12 de junho. O Idema tem o prazo de 120 dias para emitir a liberação.
A DTA Engenharia – empresa que integra o consórcio contratado pela prefeitura de Natal a R$ 73 milhões para execução do serviço – estima que a obra, após iniciada, seja concluída em 5 meses.
A previsão é de que a faixa de areia da praia fique com até 100 metros, na maré baixa. Segundo João Acácio Gomes de Oliveira Neto, fundador e presidente da DTA Engenharia, a população poderá perceber as mudanças já nos primeiros dias de obra.
Como vai funcionar a obra
- A areia será tirada de um banco de areia localizado a cerca de 7 km da costa. Segundo a prefeitura de Natal, saindo em linha reta, a jazida ficaria de frente ao farol de Mãe Luiza.
- Na obra de Ponta Negra, a equipe estima que vai usar 1 milhão de metros cúbicos de areia.
- A draga é um navio com uma tubulação de sucção que é arrastada à medida que navega. Essa tubulação funciona como um aspirador, que suja a areia junto com a água do mar.
- Após ser sugada, a areia fica armazenada em cisternas do navio, que possuem capacidade de 2800 metros cúbicos – o equivalente a 700 caminhões de areia com 4 metros cúbicos. O excesso de água volta para o mar.
- O navio se aproxima da praia, a cerca de 500 metros, e engata tubos que já ficarão instalados em cinco ou seis pontos ao longo dos 4 km de praia que serão aterrados.
- Em seguida, o navio bombeia a areia junto com água para a praia.
- A água com areia decanta na praia e equipamentos como escavadeiras vão espalhar o material para conformar a praia de acordo com o projeto.
“A elevação do nível do mar é real. A maré alta de hoje é mais acima do que a maré alta do passado, o que causa a erosão. Boa parte da costa do Brasil sofre esse processo. Então a areia originalmente conformava aquela praia é carreada para o mar. O que a gente está fazendo é restituindo à praia as condições originais da natureza, dado que o mar está sofrendo essa elevação. Não se trata de engordar, mas de restaurar, restituir as condições originais”, defende João Acácio.
Fonte: G1RN