Entram em vigor nesta segunda-feira (24) as tarifas de 10% dos Estados Unidos sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses em uma nova rodada da guerra comercial envolvendo os dois países. A cobrança de tarifas para importação deve aumentar para 25% até o fim de 2018.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou ontem (23) em entrevista à ‘Fox’ que o governo não tem intenção de frear as políticas comerciais em relação à China.
“A guerra comercial entre China e Estados Unidos durou anos. Eis aqui o que é diferente neste governo: na medida em que alguém queira chamar isto de uma guerra comercial, estamos decididos a ganhá-la”, explicou Pompeo.
Em represália às tarifas, a China também anunciou há seis dias novas taxas entre 5% e 10% a partir desta segunda-fera para as exportações americanas no valor de US$ 60 bilhões de dólares, a fim de “defender os direitos legítimos e os interesses da economia chinesa”.
A nova etapa da guerra comercial ocorre depois que as negociações entre as duas maiores economias do mundo para resolver suas diferenças não avançaram. Na semana passada, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, convidou altos funcionários chineses para uma nova rodada de negociações, mas até agora nada foi marcado.
Pouco depois de as novas taxas entrarem em vigor, a China acusou os EUA de adotarem “intimidação comercial” e disse que está ameaçando outros países para se submeterem a suas vontades, afirmou a agência de notícias oficial Xinhua.
Mas Pequim também disse que está disposta a retomar as negociações comerciais com os EUA se as conversas forem “baseadas em respeito mútuo e igualdade”, disse a Xinhua, citando um documento sobre a disputa publicado pelo Conselho de Estado da China.
Uma ampla categoria de dispositivos conectados à internet de US$ 23 bilhões seguirá sujeita a tarifas, mas alguns produtos foram removidos da lista final. As novas tarifas deixaram de fora os relógios inteligentes da Apple e outros produtos como capacetes de bicicleta e cadeirinhas infantis para automóveis.
Também foram poupados das tarifas os insumos chineses para os produtos químicos produzidos nos EUA usados na manufatura, têxteis e agricultura.
A retirada desses produtos da lista, no entanto, não foi suficiente para conter a insatisfação de representantes dos setores de tecnologia e varejo. Na avaliação deles, a imposição de novas tarifas deve afetar duramente os consumidores.
O governo dos Estados Unidos tem adotado uma série de medidas conta produtos chineses e de outras economias. Até agora, a administração Trump anunciou tarifas sobre US$ 50 bilhões de importações da China. Desse montante, US$ 34 bilhões estavam sobretaxados desde julho. Os outros US$ 16 bilhões começaram a ser sobretaxados em agosto.
As ações dos EUA tentam pressionar a China a fazer mudanças radicais na sua política comercial, na transferência de tecnologia e em subsídios industriais para o setor de alta tecnologia.
O governo chinês tem adotado represálias ao movimento dos EUA. Em agosto, Pequim também adotou tarifas de 25% para US$ 16 bilhões de produtos americanos.
A guerra comercial entre os dois países já alcançou US$ 100 bilhões em produtos.
Fonte: Agência France Presse
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