Adauto José de Carvalho Filho
No Brasil, o futebol, como a política, vive momentos de visível decadência.
No Brasil, o futebol, como a política, vive de escândalos envolvendo os dirigentes das grandes agremiações.
No Brasil, o futebol, como a política, vive de decepções e desesperanças e continuam a cometer os mesmos erros. São instituições que não ensinam, nem aprendem. O futebol tem o passado de glórias para acariciar os saudosistas, a política sempre foi suja e os escombros começam a cair.
Com todo respeito ao talento de Neymar, que o mundo do futebol consagrou, uma seleção que representa o país não pode se apoiar em um jogador apenas. A imprensa insiste em plantar a dúvida de como será o Brasil sem Neymar. Não deveria haver diferenças. O país do futebol, como era o Brasil, deve se fortalecer e aparecer ao mundo pelo esforço coletivo.
Talentos não faltam.
A política tem um passado tão escabroso como o presente e fortes indícios que o futuro não será diferente. A praga do corporativismo político, desprezando os pressupostos e princípios constitucionais, transformou os poderes em um só, que pinta e borda, borda e pinta, sem o menor risco de levar cartão amarelo, imaginem vermelho.
Quando um assunto começa a gerar efeitos positivos na sociedade, expectativa de algum exemplo de brasilidade, começa a prática indutiva da polarização e, entra em campo, as pesquisas. A primeira estreou as manchetes da imprensa esta semana e que estima que se a eleição fosse hoje Aécio Neves ganharia de Lula.
Aí está o problema.
O brasileiro, exceto os fiés beneficiários ou os próprios políticos, não está interessado em quem ganhará a eleição presidencial em 2018. O que o Brasileiro quer saber é se Lula está envolvido no lamaçal de falcatruas que assola o mundo petista e se será preso e se Aécio Neves sairá do comodismo das frases de efeitos e vai comandar um oposição ao governo séria e proativa.
Até aqui ele só aparece quando tem uma câmara de TV. O homem está mais inerte do que o Tio, que morreu em momento dramático da história do país, o que não quer dizer nada; sem atitude, sem direção, sem proposta. É um zumbi, ou daqueles políticos que só se mostram quando o interesse pessoal é o objetivo.
Segundo declarações, ele e outros Senadores da República do Brasil, foram constrangidos pelo governo da Venezuela. Uma atitude depreciativa para o país. Mas, além de tolas indignações, que atitude tomaram na representação dos cargos que ocupam? Um possível candidato a Presidente da República, e sua troupe, não tem representatividade para liderar um movimento diplomático contra Maduro, que só não caiu ainda por não ter quem empurre? Ou será que o constrangimento não foi tão grande assim ou a intenção era essa?.
Não se pode confiar nos homens públicos brasileiros, as mulheres pelo menos gemem. Todos só olham o próprio umbigo e esquecem que, se o brasileiro não tem memória, já existe no mercado remédios que o ajudam a lembrar o mar de lama que atravessa a história política do país e, como náufrago ou na falta de um sinalizador, sem visão ou possibilidade de encontrar as margens.
Chega de Palhaçada. Os circos, que fizeram época com seus espetáculos maravilhosos estão desaparecendo das cenas do mundo, por que um circo como o Congresso Brasileiro não pode cair no ostracismo? Para os moleques, que fui dos bons, confusão só acabava, acaba e acabará com um gol a mais, no caso das peladas ou com pedradas, nos demais casos. Mas, assim podem quebrar a vidraça. Aí está o segredo. Para o país voltar a ter chance no mundo dos sérios, será preciso alguém quebrar a vidraça e assumir as consequências.
O Juiz Moro, com Maestria, já mostrou que estilingue ele tem e sabe manejar e muitas vidraças já se espatifaram. Se a classe política não tomar o partido dos sérios, muitas serão as pedradas na cabeça de parlamentares e, pior, não terão a quem reclamar. Todos estarão com um “galo” igual.
Voltamos a idade da pedra.
Adauto José de Carvalho Filho, AFRFB aposentado, Pedagogo, Contador, Bacharel em Direito, escritor e poeta.
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