O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) identificou recentemente a chegada do coral-sol – considerado invasor – no litoral norte do RN. Diante da descoberta, o Idema organizou uma série de expedições para remoção da espécie invasora, além do monitoramento, garantindo o controle a fim de evitar a propagação do coral-sol nas áreas que pertencem à Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (APARC).
“O coral-sol é considerado invasor, uma vez que ameaça a biodiversidade local podendo prejudicar a riqueza de espécies nativas e ameaçar as atividades econômicas da região, como pesca e turismo. O intuito das expedições é remover as colônias de coral-sol e manter um monitoramento sistemático e contínuo na área para controle da espécie”, disse a gestora da APARC, Heloisa Brum.
O coral-sol foi detectado em expedição realizada aos naufrágios da APARC no mês de fevereiro e identificado pela oceanógrafa Erika Beux. Até o presente momento não foram identificadas colônias de coral-sol na área de visitação turística da APARC.
O coordenador do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC) do Idema, Rafael Laia, comenta que quem mergulha e se depara com o coral-sol embaixo da água fica maravilhado com sua beleza, mas poucos sabem que ele é um invasor que está contaminando o litoral do Brasil. “As espécies possuem diversas estratégias de crescimento e reprodução, além de defesas e ausência de predadores efetivos. Por isso são invasores eficientes, que podem colonizar ambientes e impedir o crescimento de espécies nativas”, disse.
Laia acrescentou, ainda, que o grupo está em alerta e atuando para o controle e erradicação desta espécie na Unidade de Conservação. “O monitoramento ambiental que já ocorre na APARC, irá também fortalecer a rotina para impedir a multiplicação da espécie. Temos uma equipe capacitada para isso”, disse.
A equipe técnica está sendo coordenada pelo Prof. Dr. Guilherme Longo (pesquisador do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN), e contam também com o coordenador do Monitoramento Ambiental da APARC Tiego Costa e Marcelo Zigmund (mergulhador profissional).
As espécies de coral-sol têm facilidade em se estabelecer em substratos artificiais, como as superfícies lisas de plataformas de petróleo e naufrágios. Já foram registradas no Brasil, duas espécies do gênero Tubastraea (Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis), ambas originárias dos oceanos Pacífico e Índico.
De acordo com o Idema, os registros de coral-sol em águas brasileiras iniciaram no Sudeste, principalmente no RJ na década de 80. A chegada do coral-sol pode ter ocorrido no Brasil através dos cascos e da água de lastro de navios.
No Rio Grande do Norte, existem dois naufrágios na Risca do Zumbi (no limite leste da APARC), com importância histórica: Commandante Pessoa (datado de 1954, encontra-se dentro da APARC, é de 1954), e São Luiz (datado de 1911, encontra-se fora da APARC). Até o presente momento foram encontradas colônias do coral-sol apenas no naufrágio Commandante Pessoa.
Fonte: G1RN
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