ESSES NOSSOS CABELOS BRANCOS – Ana Luíza Rabelo

ESSES NOSSOS CABELOS BRANCOS –

O boom populacional não tem passado despercebido à maioria das pessoas, e esse aumento não se deve apenas às altas taxas de natalidade. A medicina, seja vilã ou mocinha, é um dos principais meios responsáveis pelo aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Unida às técnicas milenares de cura e tratamento, como, por exemplo, a chinesa e a natural, a vida tem sido guiada por um novo caminho neste milênio. Doenças que já foram incuráveis são tratadas ou prevenidas tanto quanto possível e inimaginável. Termos como sobrevida estão sendo abolidos pouco a pouco, dando lugar ao conforto e à esperança de pacientes e familiares.

Os principais cuidados são com a prevenção e a manutenção da saúde, e tal prática torna nossos amigos da “maior idade” cada dia mais jovens e dispostos. Tratar o emocional, cuidar da qualidade de vida, evitar mágoas, amarguras e aborrecimentos também são excelentes remédios para pacientes de qualquer idade, e quanto mais cedo, mais eficaz o tratamento.

Na busca para a longevidade, é importante lembrar que algumas coisas, certamente, ficarão para trás. A inclemência do tempo é imparcial, mas não é cruel, se soubermos aceitá-lo com inteligência, bom senso e maturidade. O “corpinho de quinze” como já diz o próprio nome, é para os quinze anos, e não para os trinta ou setenta, mas a maturidade, o conhecimento de vida e de mundo que se ganha com os anos, ninguém troca por corpo nenhum… Tanto que é comum ouvir por aí: “se tivesse o corpo de quinze com a cabeça que tenho hoje…”. É importante reparar que quase ninguém quer ter o corpo e o juízo que tinha aos quinze anos, mesmo que aos quinze todos nós nos achássemos brilhantes e donos da tão falada “razão”.

A ‘‘cabeça de hoje’’ é um presente que a vida nos dá para compensar a força da gravidade e a perda da elasticidade, um presente único, pessoal e de valor inestimável. Um corpo legal pode ser mantido com esforço, claro, em uma academia, mas uma cabeça saudável, positiva e que encontra a felicidade em si mesma é resultado de uma vida inteira de autoconhecimento e muito equilíbrio emocional para contrabalancear as alterações trazidas pelos (bem vindos) anos.

Cada vela adicionada ao bolo é uma conquista não só da medicina, mas do vitorioso aniversariante que aprende a cada dia como viver mais e melhor. Aprende a se cuidar e a cuidar do planeta, a amar mais a si e a todos, enfim, a cada dia nos tornamos um bem-sucedido e melhorado experimento científico de nós mesmos.

 

Ana Luiza Rabelo – Advogada (rabelospencer@ymail.com)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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