ESTATÍSTICAS E COVID-19 –
O ensino de Estatística, no meu tempo, era muito precário. O pouco que aprendi foi no meu curso de Contabilidade, e incluía apenas a interpretação dos índices, mas praticamente nada de sua feitura, pesquisas, cálculos, resultados, apresentação. Você lia os índices e não se discutia como se tinham chegado aos resultados.
Quanto fui fazer mestrado nos Estados Unidos, existiam matérias obrigatórias e outras opcionais. Entre as obrigatórias, Estatística. Fiquei tranquilo, pois já havia estudado o assunto, o que ia facilitar minha vida. Ledo engano. Meu susto começou quando comprei o livro indicado pelo Professor. Folheei e me espantei. Da estatística que eu conhecia, praticamente nada. O livro era matemática pura, ensinando e detalhando como se escolhiam os dados, eram interpretados, distribuídos e apresentados de várias formas. Ainda tenho esse livro. E isso foi quase sessenta anos atrás e, de vez em quando, o folheio.
O professor era boa gente. Tive uma conversa com ele, me deu uma orientação como e o que estudar com mais profundidade e salientou a importância do assunto. Neste país, disse, nada se faz hoje sem uma profunda análise estatística, que informe os dados existentes e indique os caminhos a seguir.
O jeito foi me dedicar com afinco, para não fazer um papel feio. E até que não fui mal, mas tive que estudar mais matemática do que estatística. Nada que se fazia com ela, prescindia de matemática. Especialmente nas interpretações. Nos tornamos amigos e, no final do curso me deu de presente um livro interessantíssimo, que ainda devo ter guardado em algum lugar, “How to lie with statistics”, ou seja, como mentir usando estatísticas. Se não me engano, esse livro foi traduzido, com o nome “Como mentir usando estatísticas” e talvez exista em algum sebo por aí. Também tinha esse livro, mas o procurarei e não encontrei. Quando me mudei de uma casa para um apartamento, doei boa parte da minha biblioteca, e esse deve ter ido no meio.
E por que essa lengalenga toda para chegar ao covid-19? Exatamente em razão da forma como as várias estatísticas no Brasil vêm sendo apresentadas. Serão verdadeiras? Como foram as pesquisas? Serão manipuladas e apesentadas sob o ponto de vista de cada mídia? Prestem atenção, comparem as formas como são apresentados pelas diversas mídias brasileiras e vejam como divergem, ou são incompletas. Comparem com as mostradas no exterior. Francamente, eu descreio da grande maioria delas. Para mim, apresentam mais posições politico partidárias do que a realidade.
Não vou me alongar. Só um exemplo. A maioria das notícias apresenta dados de infecções novas, quantidade de internados e número de óbitos. Poucas mostram os dados dos recuperados, para mim tão importantes quanto os demais. Jornais do exterior apresentam esses dados com destaque. Outro problema aqui é qual a medicação apropriada – vão do não há ao purgativo. Também não se sabe ao certo o resultado real dessa prisão a que estamos submetidos. E pouco se fala, nesse aspecto, do mais importante: como as empresas e os empregados vão se manter, sem poder trabalhar? E como o Estado terá receita de impostos, sem produção e vendas?
Francamente, olhando da Lua só podemos chegar a uma conclusão. Nem todos, claro, mas há um número de lunáticos querendo resolver um problema gravíssimo do qual parecem não saber nada.
Dalton Mello de Andrade – Escritor, ex-secretário da Educação do RN
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