ESTÓRIAS ACADÊMICAS DE BRASÍLIA – José Carlos Gentili

ESTÓRIAS ACADÊMICAS DE BRASÍLIA –

ACADÊMICOS ARNALDO SETTI, MAURO CASTRO E VICTOR TANNURI. AO FUNDO O MINISTRO JOSÉ PEREIRA LIRA. Lançamento do livro OS TRÊS VIAJANTES.

A Academia de Letras de Brasília foi presidida por fecundos presidentes, que projetaram a entidade de forma invulgar, entre eles o admirável Presidente Mauro Cunha Campos de Moraes e Castro, que a dirigiu durante 17 anos, até a sua morte.

Recordações de estórias permeiam a história acadêmica, entre elas o lançamento da obra de autoria dos escritores ARNALDO SETTI, MAURO CASTRO E VICTOR TANNURI, livro que foi prefaciado pelo saudoso ministro José

Pereira Lira. Os contos dos três autores foram enfeixados no livro, que recebeu o título de OS TRÊS VIAJANTES.
Na segunda edição, os autores e o prefaciador impuseram-me a distinção de prefaciar, também. Assim, esta obra em sua reedição, singularmente, tem dois prefácios de dois amigos, algo surreal.

O paraibano José Pereira Lira, homem culto e simples, reservado, Ministro do Tribunal de Contas da União e chefe do antigo Departamento Federal de Segurança Pública, à convite do Presidente Eurico Gaspar Dutra, quando de sua estada em Brasília, aos domingos, apreciava fazer a sua promenade matinal, cavalgando nos campos da Colônia Correcional Agrícola da Papuda, um paraíso histórico goiano e área do cerrado brasileiro com flora e fauna preservadas.

À época, fui um dos primeiros diretores da Papuda, hoje com fama de modelo de penitenciária brasileira pelo fato de receber seleta massa carcerária de “colarinho branco”.

O meu cavalo Imperador sempre esteve à sua disposição, impecavelmente encilhado, aos domingos. Pereira Lira gostava de cavalgar só!

Arnaldo Setti (Arnaldo Bertozzi Pocai Setti e Setti) foi um diligente Procurador da República, Mauro Castro (Mauro Cunha de Moraes e Castro) foi emérito professor de Direito de várias universidades candangas e Victor Tannuri, médico, foi dono de hospital; três escritores e amigos inseparáveis.

Figuras gigantescas de trabalho e competência acadêmica, todos, ora no Oriente Eterno.

Que saudade!

José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores