Uma pesquisa revelou que as prefeitas eleitas em 2016 acumulam experiência na política, têm mais anos de estudo do que os homens e superam enormes desafios em municípios pequenos e sem recursos.

O estudo “Perfil das Prefeitas no Brasil”, realizado pelo Instituto Alziras, entrevistou 45% das 649 mulheres eleitas em 2016 para fazer a gestão de municípios. O objetivo é revelar quem são essas mulheres, compreender suas experiências e contribuir para o aumento da participação delas na política.

Apesar de representarem 51% da população, as mulheres ocupam apenas cerca de 12% das prefeituras brasileiras, alcançando 7% da população. Noventa e um por cento delas governam cidades pequenas, com até 50 mil habitantes e baixo Produto Interno Bruto (PIB).

Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a pesquisa aponta que 71% das prefeitas do país têm nível superior e 42% pós-graduação, enquanto que entre os prefeitos, cerca de 50% possuem a graduação.

De acordo com Michelli Ferretti, codiretora do Instituto Alziras, os dados mostram que a representação das mulheres na política ainda é baixa e que elas enfrentam inúmeras dificuldades relacionadas ao gênero.

Mais da metade das entrevistadas no estudo, 53%, informaram que sofreram assédio ou violência política pelo simples fato de ser mulher.

Em um recorte por raça, o estudo aponta que as mulheres negras representam 27% da população, mas governam apenas 3% das cidades brasileiras.

O levantamento também revela que 88% das prefeitas entrevistadas tinham atuação política antes de serem eleitas e que as mulheres que ocupam o gabinete principal do Executivo abrem espaço para o ingresso de outras mulheres na política. Cinquenta e cinco por cento das entrevistadas tem secretariado composto por pelo menos 40% de mulheres.

Cinquenta e três por cento afirmaram que se inspiraram em mulheres que têm ou tiveram carreira política.

Fonte: Agência Brasil

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