A participação do etanol hidratado no consumo de combustíveis caiu neste ano em relação a 2015. Em julho, o percentual recuou para 21,1% do consumo dentro do ciclo Otto (etanol e gasolina), ante 24,1% em igual mês do ano passado. A desaceleração econômica fez o consumo de combustível cair 3,3% no ano, pesando mais sobre o etanol hidratado do que sobre a gasolina. O consumo do hidratado, que era de 1,55 bilhão de litros em julho de 2015 –e chegou a atingir 1,75 bilhão em outubro–, ficou em 1,31 bilhão no mês passado. A queda foi de 15,5%. Já o consumo de gasolina ficou estável. Esse recuo só não foi maior porque os Estados que adotam uma tributação diferenciada para o álcool tiveram quedas menores. A principal razão para a participação menor do hidratado são os preços.
O litro de etanol hidrata- do sai da porta das usinas, neste mês, com alta de 32% em relação aos valores de um ano atrás, conforme acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Esse recuo de consumo mostra que, apesar dos pontos positivos da utilização do derivado de cana, o preço é o que interfere na decisão da maioria dos consumidores. Mas isso não vale só para os consumidores. As usinas também optaram por uma oferta maior de açúcar neste ano. Enquanto a produção de etanol hidratado caiu 1,3% nesta safra (abril a julho), a de açúcar subiu 26,1% na região centro-sul, conforme dados da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar). O cenário deste ano, devido à oferta mundial de açúcar menor do que a demanda, é bem diferente. As negociações do produto estão com preços acima de 20 centavos de dólar por libra-peso em Nova York, o dobro dos de há um ano.