Eu tenho a Força e que a Força esteja com você!

Ana Luiza Rabelo

São duas sentenças que nos remetem de imediato ao entretenimento. A primeira é do príncipe Adam, quando se transformava no invencível He-Man, e a segunda tornou-se célebre pelo seu uso e constante repetição nos filmes de Star Wars (Guerra nas Estrelas). Tudo não passaria de brincadeira, de dizeres tolos, se não fossem objetos de atenção e comparação.

O que se deseja passar com essa “força”? É apenas o sentido físico ou vai além disso? Em minha (astronáutica) visão, a “Força” é uma soma de muitos sentimentos, é a junção de coragem, de fé e de segurança. A “Força” é o caminho do poder e da realização pessoal. É a energia que move nossas ações e alicerça nossos pensamentos. É você e o seu potencial.

“Força” também podem ser sentimentos, como o amor e o perdão. Pode ser mola, como o entusiasmo e o encanto. Pode ser esperança, como a vida, a noite e o dia. “Força” é a capacidade humana de superar a si próprio sem descrer de si ou do ser superior que nos ampara. Força é energia, e energia é matéria. Por isso que há muito já se diz que querer é poder.

O universo, regido por suas próprias regras, nos ensina e nos dá diversas chances de aprender, de evoluir e “passar de ano”. E, por sua infinita generosidade, nos dá oportunidades de errar e errar de novo, até que aprendamos a lição e que ela permaneça gravada em nossa alma, sem “colas”, sem “decoreba”.

Algumas vezes erramos e enxergamos na “Força” o medo. E o medo pode nos consumir, nos possuir e nos destruir. Medo é o oposto de fé, nos faz dar as costas àquilo que damos mais importância, nos faz tomar decisões precipitadas, errar os passos da dança da vida e deixa de lembrança o fel do arrependimento e da culpa. Mas é importante saber que o medo faz parte do que nós somos, do nosso ser primitivo e inseguro, do nosso lado descrente e sem fé. Faz-nos andar para trás, faz-nos imaginar monstros no escuro e impede nosso aprendizado. Para se conhecer por inteiro, é preciso conhecer os próprios medos e enfrentá-los e superá-los, pois o medo é a involução, se formos dominados por ele.

Não importa no quê ou em quem você acredita, desde que saiba que existe uma Força maior, um maestro, que toma conta de nós, nos protege, nos ensina e nos perdoa. Não importa o que você fez, mas o que fará de hoje em diante. Nada, que não seja amor, importa.

Ao contrário do medo, o amor, a generosidade e a perseverança são lanternas que nos guiam na escuridão dos segredos da vida e do futuro. Eles são a fé e a segurança tão almejada por todos. Eles são o corrimão, os professores. Quem se cerca destes sentimentos estará para sempre amparado, estará a salvo dos males e perigos. Estará imune a tudo, até o medo torna-se “café pequeno”. Como disse Santo Agostinho, “a medida do amor é amar sem medidas”. E, sendo assim, que a Força esteja com todos nós, sempre!

Ana Luiza RabeloEscritora, advogada – (rabelospencer@ymail.com)

Ponto de Vista

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