O governo dos Estados Unidos está estudando incluir a Venezuela na lista de países patrocinadores do terrorismo internacional por supostas ligações com organizações como o Hezbollah e as desmobilizadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), segundo publicou na segunda-feira (19) o jornal “The Washington Post”.
A lista, que por enquanto já integra o Irã, Coreia do Norte, Síria e Sudão, está reservada aos países que apoiaram “atos de terrorismo internacional em reiteradas ocasiões” e acarreta sanções severas.
Cuba também fez parte desta lista — por supostos elos com as Farc e com o grupo separatista ETA, que anunciou seu fim este ano — entre 1982 e 2015, ano no qual o governo de Barack Obama a retirou, em meio ao processo de aproximação entre os dois países.
Segundo o “Post”, que cita funcionários sob condição de anonimato e e-mails governamentais internos, o Departamento de Estado, responsável pela lista, já perguntou a outras agências do governo a sua opinião sobre a inclusão da Venezuela.
As fontes citadas pelo jornal não revelaram se o presidente Donald Trump já tomou a decisão, que entre outras coisas poderia implicar em um embargo ao petróleo venezuelano.
Alguns republicanos, como o influente senador Marco Rubio, acusaram o governo de Nicolás Maduro de ter nexos com o terrorismo internacional e advogaram pela inclusão da Venezuela na lista.
No entanto, as consequências que esta decisão teria para o setor petroleiro fizeram com que outros republicanos de estados com refinarias como o Texas e a Louisiana rejeitassem a medida.
Além disso, especialistas questionam os supostos nexos da Venezuela com organizações terroristas internacionais.
“Suspeito que isto (a inclusão na lista) se baseará em rumores e fontes de integridade questionáveis”, afirmou ao “Post” David Smilde, do centro de estudos Escritório de Washington na América Latina (WOLA).
A designação da Venezuela como país patrocinador do terrorismo poderia debilitar a legitimidade internacional da lista, salientaram estes analistas consultados pelo jornal.
Desde a sua chegada à Casa Branca há quase dois anos, Trump endureceu a estratégia americana contra a Venezuela, incluindo sanções econômicas ao próprio Maduro, à sua esposa, Cilia Flores, e à sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, entre muitos outros funcionários próximos ao presidente.
O presidente americano também deixou aberta a porta a uma intervenção militar no país caribenho e, segundo o “Post”, funcionários do seu governo se reuniram em várias ocasiões com militares venezuelanos interessados em promover um golpe contra Maduro.
Fonte: G1
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