Há quase 50 anos, os cientistas descobriram um crânio fossilizado quase completo e centenas de pedaços de ossos de um espécime feminino de 3,2 milhões de anos de Australopithecus afarensis, frequentemente descrito como “a mãe de todos nós”. Durante uma comemoração após sua descoberta, ela foi chamada de “Lucy”, em homenagem à música dos Beatles “Lucy in the Sky with Diamonds”.
Embora Lucy tenha resolvido alguns enigmas evolutivos, sua aparência continua sendo um segredo antigo. As simulações mais populares a cobrem com uma grossa pelagem marrom-avermelhada, que cobre tudo, exceto o rosto, as mãos, os pés e os seios. Entretanto, essa imagem peluda de Lucy pode estar errada.
Os avanços tecnológicos na análise genética sugerem que Lucy pode ter estado nua ou, pelo menos, muito mais velada.
De acordo com a história coevolucionária de humanos e seus piolhos, nossos ancestrais imediatos perderam a maior parte de seus pelos corporais há 3 a 4 milhões de anos e não usaram roupas até 83.000 a 170.000 anos atrás.
Isso significa que, por mais de 2,5 milhões de anos, os primeiros humanos e seus ancestrais estavam simplesmente nus.
Como filósofa, me interessa saber como a cultura moderna influencia as representações do passado. E a maneira como Lucy foi retratada em jornais, livros didáticos e museus pode revelar mais sobre nós do que sobre ela.
Fonte: G1