O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) Eleazar de Carvalho Filho disse hoje (10) aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que analisa os empréstimos concedidos pela instituição, que nunca sentiu interferência política em qualquer das decisões da instituição.
“O banco empresta para projetos”, afirmou. “Não tenho conhecimento de operações que envolvam a República”, acrescentou. Um dos alvos da investigação da CPI são as denúncias de atuação de pessoas ligadas ao governo no banco, entre elas, a suspeita de que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva tenha agido no BNDES para liberar recursos para a construção do porto cubano de Mariel. Fato negado por ex-presidentes do banco que já depuseram na CPI.
Convidado para falar como testemunha na comissão, Eleazar de Carvalho Filho comandou o BNDES entre janeiro de 2002 e janeiro de 2003 e foi indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele explicou que a decisão de aprovar financiamentos é tomada por um colegiado da instituição, que considera o interesse público e a qualidade do projeto apresentado pelas empresas interessadas.
“Qualquer projeto que tenha interesse para sociedade tem interesse político no sentido de criar empregos, mas nunca vi qualquer interferência política em qualquer decisão que o banco pode ter tomado”, completou, ao citar, como exemplo, o refinanciamento da Vale. “Era importante para impulsionar o crescimento [da empresa] e fizemos a operação. Foi uma operação muito transparente e importante para o país. Toda operação do banco é pública e comunicamos qual seria a forma.”