Bolsonaro com Washington Reis, hoje ex-prefeito de Duque de Caxias — Foto: Prefeitura de Duque de Caxias/Reprodução
Bolsonaro com Washington Reis, hoje ex-prefeito de Duque de Caxias — Foto: Prefeitura de Duque de Caxias/Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que toda a família do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), pode ter sido beneficiada pela fraude nos cartões de vacinação da Covid-19, em 2022. Washington, atual secretário estadual de Transportes, foi alvo nesta quinta-feira (4) da 2ª fase da Operação Venire, da Polícia Federal (PF), que investiga a falsificação desses registros do Ministério da Saúde.

Segundo a PF, o esquema criminoso teve origem naquela cidade da Baixada Fluminense. O certificado de vacinação de Jair Bolsonaro (PL) foi forjado e chegou a mostrar que o ex-presidente tomou as 2 doses no Centro Municipal de Saúde caxiense.

A 2ª etapa busca identificar “novos beneficiários do esquema fraudulento”. Mas a PGR diz que Washington Reis e vários de seus parentes tiveram dados de vacinação inseridos por investigados:

  • Wilson Miguel dos Reis, tio de Washington e atual prefeito de Caxias;
  • Rosenverg Reis, irmão de Washington e deputado estadual;
  • Lara Quaresma Reis de Oliveira e Nicolas Quaresma Reis de Oliveira, filhos de Gutemberg Reis, irmão de Washington e deputado federal;
  • João Pedro Reis de FariasThomas Reis de FariasLorenzo Guimarães Quaresma e Giovanna Guimarães Quaresma, sobrinhos de Gutemberg;
  • Rafael Machado Quaresma, cunhado de Gutemberg.

 

Segundo investigação da Polícia Federal (PF), o ex-secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, e a então chefe da central de vacinação da cidade, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, foram responsáveis pela inclusão de registros frios de vacinação contra a Covid-19 no sistema SI-PNI dessas pessoas.

A Operação Venire 1 e 2

Washington Reis e Célia Serrano, secretária de Saúde de Caxias, foram alvo de buscas nesta quinta da Operação Venire 2. Agentes da PF foram até a mansão do ex-prefeito, em Xerém.

Na 1ª etapa, deflagrada pela PF em maio do ano passado, Jair Bolsonaro foi um dos 16 alvos de buscas. Os policiais também prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e outros 5 suspeitos.

Os sistemas do Ministério da Saúde indicam que 2 doses contra a Covid foram aplicadas em Bolsonaro, que sempre negou ter sido vacinado, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022.

Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. O então presidente deixou o Brasil rumo aos EUA no penúltimo dia de mandato, em dezembro de 2022.

Segundo a PF, os dados da falsa vacina de Bolsonaro contra a Covid foram inseridos no sistema apenas em 21 de dezembro de 2022, pelo então secretário municipal de Governo de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, e removidos 6 dias depois, por Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de “erro”.

Mas foi justamente nesse 27 de dezembro que um computador cadastrado no Palácio do Planalto acessou o ConecteSUS a fim de gerar os certificados de vacinação para impressão.

Na ocasião, Bolsonaro afirmou que não tomou vacina e que não houve adulteração nos registros de saúde dele e da filha. “Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final. Nunca neguei isso”, disse.

Fonte: G1RN

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