Foto ilustrativa mostra adesivo com resultado positivo para o novo coronavírus  — Foto: Dado Ruvic/Reuters/Arquivo

Astério Pereira dos Santos, procurador aposentado do Ministério Público do Rio, preso na manhã desta quinta-feira (5) na Operação Titereiro, é suspeito de ajudar na fuga do empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur, segundo investigação do Ministério Público Federal.

Segundo os procuradores, há indícios de que Astério, ainda na época que ocupava o cargo de secretário Nacional de Justiça, ajudou o empresário, alvo da operação Lava Jato, a fugir.

Arthur Soares era dono das empresas que possuíam os maiores contratos com o governo do estado na gestão de Sérgio Cabral e acusado de envolvimento na compra de votos para a eleição do Rio como sede da olimpíada de 2016.

De acordo com o Ministério Público Federal, a relação foi revelada pelo sócio de Arthur Soares, Ricardo Siqueira Rodrigues. Em delação premiada, Ricardo contou que em agosto de 2017 – quando já havia mandado de prisão contra Arthur -, o empresário estava em Portugal e recebeu uma ligação do Brasil. Após a ligação, Rei Arthur ficou transtornado e retornou para os Estados Unidos.

Segundo Ricardo, meses depois ele encontrou Arthur Soares em Miami e o empresário revelou que a ligação teria sido de uma pessoa que teve acesso a documentos que tinham sido trocados no departamento de ativos do Ministério da Justiça, com informações que ele (Arthur Soares) recebia tinham como origem esse departamento. Ricardo ainda disse que quem trabalhava lá era Astério Pereira dos Santos.

Na decisão, o juiz Marcelo Bretas destacou a relação de Astério e Rei Arthur. “Provável que o Astério, secretário à época, tenha repassado às informações sigilosas ao foragido Rei Arthur, mormente pela já mencionada relação de amizade entre eles”, diz o documento.

Foragido

Rei Arthur ficou foragido desde 2017 e foi preso apenas no fim do ano passado. O nome de Arthur constava da lista de procurados da Interpol – a polícia internacional. A prisão, no entanto, foi feita por agentes da imigração americana, por outro motivo: falta de visto.

Em nota, a defesa afirmou que houve um “equívoco burocrático” que foi “devidamente sanado”. “Arthur Soares se encontra em casa”, diz o texto, negando que Arthur seja “foragido”.

Arthur leva uma vida de luxo na cidade americana, como mostrou uma reportagem do Fantástico do dia 18 de agosto.

“Ele é chamado de Rei Arthur porque, ao longo de muitos anos, ele teve os maiores contratos com o Estado do Rio de Janeiro. Isso possibilitou a ele arrecadar um patrimônio milionário, talvez bilionário”, explicou o procurador da República Stanley Valeriano.

Fonte: G1

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