EXERCITANDO A PACIÊNCIA – Ana Luiza Rabelo

EXERCITANDO A PACIÊNCIA –

Paciência propriamente dita é a virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. A vida é um longo exercício da paciência em proveito próprio e daqueles que nos cercam.

Muitas vezes, no nosso dia a dia, controlar nosso temperamento diante de determinadas situações parece difícil, se não impossível, mas não o é se nossa vontade de manter os ânimos e relacionamentos sob controle for suficientemente robusta.

Não se trata de “baixar a crista” ou de se deixar submeter diante da vontade alheia. Paciência é não somente tolerância em relação aos atos e falhas alheios, mas é saber agir ou resignar-se nos momentos certos, sem nunca “colocar os pés pelas mãos”.

A paciência desenvolve a capacidade de perseverar em uma atividade complexa. Seus modos serenos e tranquilos nos fazem crer que quem cultiva a paciência irá conseguir o que quer, sabendo esperar o momento certo para certas atitudes, esperando em paz a compreensão ainda não alcançada.

Aquele que tem paciência tem domínio sobre si. É capaz de medir seus atos e palavras e não se perder em discussões ou digressões tolas ou sem cabimento.

O paciente pode ouvir o outro e suas razões porque sabe que chegará seu momento de falar, de expor seu caso e seus motivos, sem se alterar, sem medo e, sobretudo, sem lutas.

Num mundo onde a “lei da selva” prepondera e onde quem fala mais alto é ouvido, o paciente fala manso, conquista e convence. Ao suportar com resignação os reveses que a vida lhe traz, o paciente torna-se, a cada dia, uma pessoa mais capaz de enfrentar as “feras” e de vencê-las sem precisar utilizar-se da destruição. O paciente, em verdade, constrói acontecimentos benéficos a todos ao seu redor.

Para o paciente, os obstáculos são as pedras com as quais construirá seu castelo, e os louros não serão colhidos apenas por ele, mas por toda sociedade.

Quem cultiva a paciência desenvolve tantas outras virtudes. Tolerância, prudência, perseverança, compreensão e, até mesmo, a caridade. Os pacientes nos ensinam todos os dias, mesmo sem querer, no decorrer de suas ações, como devemos agir para nos tornarmos melhores. Infelizmente, a nossa “impaciência” nos impede de ver muito além de nosso próprio mundinho.

Além de tantas qualidades, a educação torna-se uma marca do paciente. E, por serem raros na sociedade atual, os bons modos o tornam ainda mais especial.

O tempo de todos nos é caro e, muitas vezes, curto, de modo que devemos aproveitá-lo para absorver apenas o que nos deixa mais felizes e mais fortes. Boas lições nos são dadas todos os dias, e fechar os olhos já não tem sido suficiente para ignorá-las. Bons exemplos tendem a espalhar-se e, se cada um de nós puder praticar um ato de paciência por dia, o hábito de exercitá-la tomará conta de nosso subconsciente.

Podemos e devemos nos espelhar e aprender com o paciente, pois tantas qualidades o tornam fonte de apoio nos quais nos sentimos seguros em confiar.

 

 

Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada (rabelospencer@ymail.com)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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