Um general do Exército israelense advertiu nesta segunda-feira (19) que as possibilidades de guerra no norte do país são altas, dadas as vitórias do presidente sírio, Bashar al Assad, e seus aliados Irã e a milícia xiita Hezbollah, na guerra civil do país vizinho. A informação é da Efe.
“O ano de 2018 tem o potencial de provocar uma escalada (militar), não necessariamente porque alguma das partes deseja iniciá-la, senão por uma deterioração gradual [das relações]. Isto é o que nos levou a aumentar o nosso nível de preparação”, disse hoje o general Nitzan Alon, chefe de Operações do Exército em uma nada habitual entrevista à Rádio do Exército de Israel.
Segundo Alon, Assad está a ponto de apagar os últimos focos das zonas rebeldes no sudoeste do país, ao longo das fronteiras jordaniana e israelense, o que “facilitaria aos aliados do regime sírio concentrar-se em Israel”.
“Não estamos permitindo que este tipo de coisas ocorram sem a nossa intervenção. Estamos atuando e continuaremos a atuar”, afirmou o general, aparentemente referindo-se aos ataques israelenses na Síria contra alvos iranianos e do Hezbollah na passada semana.
Na manhã de 10 de fevereiro, um drone, segundo Israel de origem iraniana, entrou no espaço aéreo israelense e foi derrubado por um helicóptero da Força Aérea poucos minutos depois. Como resposta, caças israelenses efetuaram uma série de bombardeios de posições militares iranianas na Síria, incluindo a base móvel desde onde era pilotado o drone.
Durante os bombardeios, um dos caças F-16 israelenses caiu ou foi derrubado (o Exército ainda investiga o fato) e o piloto e o copiloto – que saltaram do aparelho antes de cair – ficaram feridos.
Isto provocou uma nova rodada de ataques, após a qual o Exército israelense assegurou ter deixado graves danos na defesa aérea sírias, destruindo entre um terço e metade dos seus sistemas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mostrou ontem (18) um pedaço do drone iraniano durante seu discurso na Conferência de Segurança de Munique, acusando o Irã e pedindo ao mundo que reconheça e reaja perante esta agressão.
“Reconhece?”, perguntou Netanyahu ao representante iraniano, MohamMad Yavad Zarif, ministro de Relações Exteriores iraniano, presente na conferência. “Deveria, porque é seu”, continuou.
Para o general Nitzan Alon, se houvesse uma guerra seria provável que o Irã encorajasse seus aliados a lutar contra Israel desde o Líbano, a Síria e, potencialmente, também desde a Faixa de Gaza.
Membros do Exército israelense advertem, há anos, que um possível conflito com o Hezbollah seria devastador tanto para Israel como para o Líbano.
Fonte: Agência EFE
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