Lançamento da cápsula Starliner, da Boeing, é adiado para sexta-feira (10) após técnicos encontrarem uma falha no foguete Atlas V — Foto: Steve Nesius/Reuters
Lançamento da cápsula Starliner, da Boeing, é adiado para sexta-feira (10) após técnicos encontrarem uma falha no foguete Atlas V — Foto: Steve Nesius/Reuters

O lançamento do primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing, foi adiado para esta sexta-feira (10), depois que os engenheiros encontraram uma falha no foguete Atlas V que levará a nova cápsula para a Estação Espacial Internacional dois anos após sua primeira viagem sem humanos ao laboratório orbital.

O lançamento que levaria dois astronautas para a órbita estava previsto para ocorrer na segunda-feira (6) no Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida. O foguete que apresentou falha é fornecido pela United Launch Alliance (ULA), uma joint venture entre a Boeing e a Lockheed Martin.

Durante a preparação para o lançamento, foi encontrado um problema com uma válvula no segundo estágio do foguete Atlas, segundo o anúncio durante a transmissão ao vivo da NASA. A decisão de remarcar o voo para sexta-feira foi tomada depois que uma equipe da ULA testou a válvula e examinou a gravidade do problema.

A viagem inaugural do CST-100 Starliner levando astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) tem sido muito antecipada e muito atrasada, enquanto a Boeing se esforça para competir com a SpaceX de Elon Musk por uma maior participação nos lucrativos negócios da NASA.

 

Os astronautas veteranos Barry “Butch” Wilmore, de 61 anos, e Sunita “Sunni” Williams, de 58 anos, viajarão na Starliner.

Eles já registraram um total de 500 dias no espaço ao longo de duas missões cada um na estação espacial. Wilmore é o comandante designado para o voo desta segunda-feira, com Williams no assento do piloto.

Embora a Starliner tenha sido projetada para voar de forma autônoma, a tripulação pode assumir o controle da espaçonave, se necessário, e o voo de teste prevê que Wilmore e Williams pratiquem manobras manuais no veículo.

Primeira viagem com foguete Atlas

Caso aconteça nesta sexta-feira, o lançamento marcará a primeira viagem tripulada ao espaço usando um foguete Atlas desde que a famosa família de veículos de lançamento Atlas enviou pela primeira vez astronautas, incluindo John Glenn, em voos orbitais para o programa Mercury, da Nasa, na década de 1960.

Se tudo correr como planejado, a cápsula chegará à estação espacial após um voo de cerca de 26 horas e se acoplará ao posto avançado de pesquisa em órbita a cerca de 400 km acima da Terra no início da quarta-feira.

Espera-se que Wilmore e Williams permaneçam na estação por cerca de uma semana antes de voltarem com a Starliner para a Terra para um pouso assistido por paraquedas e airbag no deserto do Sudoeste dos EUA.

O sucesso é vital antes que a Starliner obtenha a aprovação final para iniciar voos operacionais de rotina no âmbito do programa de tripulação comercial da Nasa, fornecendo à agência espacial dos EUA sua primeira alternativa para enviar astronautas à órbita baixa da Terra a partir do solo dos EUA desde que a SpaceX começou a fazer isso em 2020.

 

O voo de teste ocorre em um momento especialmente crítico para a Boeing, cuja unidade de aeronaves comerciais tem passado por uma sucessão de crises de segurança nos últimos anos.

Levar a Starliner até esse ponto tem sido um processo complicado para a Boeing, assolado por anos de contratempos no desenvolvimento e mais de US$ 1,5 bilhão em custos excedentes para a gigante aeroespacial em um contrato de US$ 4,2 bilhões com a Nasa.

 

A primeira tentativa da Boeing de enviar uma Starliner sem tripulação para a estação espacial em 2019 fracassou devido a dezenas de falhas de software e engenharia. Uma segunda tentativa, em 2022, foi bem-sucedida.

Dependendo do resultado, a Starliner deve voar pelo menos mais seis missões tripuladas à estação espacial para a Nasa.

Fonte: G1

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