A família da enfermeira Suely Gurgel, de 40 anos, – internada em estado grave com Covid-19 – está fazendo uma campanha para custear o tratamento dela. Suely está internada no Hospital São Luiz, em Mossoró, desde 23 de novembro. Ela foi intubada e precisou de um equipamento chamado de ECMO (extracorporeal membrane oxigenation), uma espécie de pulmão artificial, que não tem na cidade.
A mãe de Suely, Ivone Gurgel, de 73 anos, também está internada com a doença. A família criou uma vaquinha virtual e está realizando eventos beneficentes na cidade de Felipe Guerra, onde Suely e a mãe nasceram para conseguir custear todo o tratamento.
Segundo a prima, Robertha Góis, Suely e a mãe, Ivone Gurgel, de 73 anos, começaram a apresentar sintomas como cansaço e dores de cabeça no dia 16 de novembro. Elas fizeram o teste na UPA do bairro Belo Horizonte, referência no atendimento a pacientes com Covid em Mossoró, e tiveram resultado positivo. No dia 23 o estado de saúde das duas se agravou e elas foram atendidas na UPA e de lá encaminhadas para o Hospital São Luiz.
“Elas entraram e não foram intubadas de imediato. Elas ficaram aos cuidados e depois necessitou de intubação. Primeiro de Suely. Depois Ivone teve duas paradas cardíacas e intubou também”, contou a prima. O quadro de Ivone é considerado estável. Apesar de não ter comorbidades, Suely apresentou um quadro gravíssimo e, segundo a família, os pulmões dela pararam de funcionar.
Ainda de acordo com o relato da família, os médicos disseram que a única alternativa seria o tratamento o ECMO, porém, em Mossoró não existe o equipamento. O local mais próximo onde a família conseguiu o equipamento foi em Fortaleza, no Ceará, que fica a cerca de 240 km de Mossoró.
O tratamento tem um alto custo. Segundo a família, para trazer o equipamento da capital cearense foram pagos até agora cerca de R$ 36 mil pelo aluguel do equipamento, R$ 35.500 pela vinda da equipe que é composta por 4 médicos para operar o equipamento, além do custo diário de R$ 1 mil pelo uso do equipamento e R$ 22 mil pela diária da equipe.
A advogada da família, Raquel Gurgel, entrou na justiça com um pedido de liminar no sábado, (28), para que o Governo do Estado, através da Sesap, se responsabilize pelos custos com o tratamento. E após isso, que seja feita a transferência para uma unidade de UTI respiratória.
Segundo a advogada, existe uma UTI com esse perfil no Hospital Rio Grande, em Natal, mas não há vagas. O local mais próximo onde há vagas é em Fortaleza. “Eu informei à justiça sobre a descumprimento da transferência que foi deferido pelo juiz plantonista. Estamos aguardando uma posição do Estado”, destacou a advogada.
“O tempo tá esse passando, ela precisa continuar no tratamento, mas a gente tá sem condições de manter”, contou a prima Robertha.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública informou que está buscando todas as alternativas possíveis para assistência necessária à paciente. “A única unidade hospitalar no Rio Grande do Norte credenciada para realizar o tratamento solicitado está com todos os leitos para Covid-19 ocupados no momento, sendo que a paciente possui prioridade 1 e assim que a houver vaga ela poderá ser transferida”, diz a nota.
Fonte: G1RN
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