AS FEIRAS-LIVRES DA CIDADE DO NATAL –
As feiras são locais destinados à venda e compra de mercadorias, que ocorrem periodicamente com lugar e data previamente fixados, e nas quais se expõem produtos de origens diversas. Embora, já existissem na Antiguidade, foi na Idade Média que as feiras conheceram um grande desenvolvimento. Por volta do ano 1000, os progressos na área da produção econômica e o crescimento demográfico, na Europa Ocidental, criaram as condições para aperfeiçoamento dos meios de transporte e pelo retorno a uma situação de maior segurança coletiva. A precariedade dos meios de comunicação determinava com freqüência o recurso a bestas de carga. Durante muito tempo o comércio limitou-se a mercadorias relativamente raras e caras, que eram produzidas em lugares longínquos e vendidas para uma clientela de luxo. Em muitos países, os habitantes do interior costumam reunir-se nos centros urbanos mais próximos, em datas fixas, para vender ou comprar seus produtos. No Brasil, existem diversas Feiras-Livres semanais, responsáveis pelo abastecimento alimentar e aquisição de produtos da população urbana, embora a tendência seja sua substituição pelas cadeias de supermercados ou por cooperativas de pequenos produtores. Em Natal, existem em torno de quinze Feiras-Livres nos seus diversos bairros funcionando a partir das cinco horas da manhã. Os feirantes alugam os bancos (bancas) no valor de R$ 10,00 a cada dia para a venda dos seus produtos, cujos preços caem consideravelmente no final da tarde na Hora do Grito. Sempre presente, o carregador com o carro de mão oferecendo seu serviço. Verduras, legumes, frutas, carnes, peixes, crustáceos produtos de fabricação caseira e adquiridos nas indústrias, raízes, ervas medicinais, pimentas, caldo de cana, café da manhã e outros artigos são encontrados. Percorri diversas feiras-livres no horário compreendido entre cinco e seis, sacrificando o meu Cooper diário. Aos sábados, temos a tradicional feira do Bairro do Alecrim que inicia na Rua dos Caicós (Av.7) através da Av. Almirante Alexandrino de Alencar – prédio do SENAC e atinge as Ruas Pajeus, Cel. Estevam e Av. Interventor Mario Câmara. Têm cerca de 2000 bancos. Aos domingos, a da Rua São José e as da Cidade da Esperança. A primeira localiza-se na rua do mesmo nome pela Av. Bernardo Vieira e insere-se nas Ruas Albino Fernandes Borges, Perito José Lourenço e Av. Antônio Basílio, possuindo aproximadamente 300 bancos. Na cidade da Esperança, constatamos, a da Av. CapitãoMor Gouveia que se estende por toda a lateral da Unidade de Receita da Caern – Zona Oeste Urzo. Os bancos situam-se do lado direito da linha do trem e caracterizam-se por existir a venda de sucatas as mais variadas (peças para motores, artigos eletro-eletrônicos, hidráulicos, etc). Atravessa as Ruas Porto Alegre e São Leopoldo e têm em torno de 300 bancos. A segunda, na Rua Cajazeiras possui 1500 bancos com a venda de produtos diversos.
Na segunda-feira é a do bairro das Rocas onde houve uma redução acentuada no movimento comercial, contando atualmente com 300 bancos. Inicia-se na Av. Duque de Caxias (Bairro da Ribeira), após a Rua Esplanada Silva Jardim, continua com a Av. Januário Cicco indo até a Rua São Pedro (Mercado Público, Centro Clínico e Secretaria Municipal de Serviços Urbanos).
Terça-feira – Realiza-se no Bairro de Igapó, nas Ruas Nossa Senhora do Ó, Bela Vista, Alvorada e Izabel de Brito. Quinhentos bancos na mesma.
Quarta-feira – (Feira do Carrasco) – Começa na Av. Bernardo Vieira após a passagem da linha do trem, através da Rua dos Paianazes e se estende pelas Ruas da Luz, Padre João Maria, Profª Maria Lídia, Berto Urbano, Baraúna e Mascarenhas. Chamou-me atenção, as presenças de vendedores de caldo de cana no início e término da mesma. Tem 1000 bancos. Outra existente é na Rua Boa Sorte, próxima ao Super Mercado Avelino (Igapó).
Quinta-feira – (Bairro Potengi) – Através da Av. Dr. João Medeiros Filho – Estrada da Praia da Redinha, Av. das Oliveiras, Ruas Casuarina, Caramboleira, Ateira e Cajazeiras com o número aproximado de 300 bancos.
Sexta-feira – Realiza-se na Av. dos Expedicionários, ao longo da Lateral do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes. Ruas Jardim da Esperança e Rio dos Sinos, cerca de 300 bancos.
Mesmo as Feiras-Livres perdendo pouco a pouco sua importância econômica, conservam, contudo, o caráter de festa regional, de manifestação folclórica e de enfoque cultural.
Lenilson Carvalho – Dentista e escritor
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