Prática religiosa existente há pelo menos cinco séculos no mundo, a oração das 1 mil Ave-Marias reúne fiéis adeptos no Rio Grande do Norte. Pelo menos uma vez por semana, alguns fiéis se encontram com o objetivo de fazer uma espécie de imersão espiritual. E lá ficam por três, quatro ou até oito horas. Nesta sexta-feira (6) é comemorado o Dia Mundial da Oração.
“Nós rezamos muito pelas causas das pessoas”, resumiu Maria de Jesus, da Comunidade Vida Nova, que fica no bairro Tirol, na Zona Leste de Natal. No grupo dela, são cerca de 30 pessoas – principalmente casais – que se encontram nas manhãs de sábado para orar.
O grupo faz isso há mais de 20 anos na capela. O tempo estendido da oração, que na Vida Nova chega a até quatro horas, no entanto, não é visto com um empecilho, segundo Maria. “A pessoa pode chegar para fazer apenas uma oração, se quiser. Pode chegar depois também, pode parar na hora que preferir. Não tem problema”, explicou.
Também não há problema em se retirar por um tempo da oração para comer, beber água ou ir ao banheiro. “Quando nós não paramos para beber água, por exemplo, conseguimos terminar em cerca de quatro horas a oração”, contou Rejane da Silva Ribeiro Rodrigues, da Comunidade Católica Maria Mater Familae, localizada no bairro Tirol, na Zona Leste.
E como fazer para não se perder na contagem das 1 mil Ave-Marias? “Nós temos um terço com 100 Ave-Marias. Então rezamos 10 vezes e dá certo”, explicou Rejane. “No nosso caso, usamos um terço de 50 Ave-Marias. Rezamos 20 vezes”, disse Maria de Jesus.
Além de funcionar como uma espécie de meditação espiritual, essa oração também visa ajudar pessoas em momentos complicados. “Na nossa comunidade, trabalhamos muito com casais. E com essa prática acabamos conseguindo trazer as pessoas para cá e geramos um certo compromisso”, explicou Maria de Jesus.
Ela conta que não foi a responsável por adotar a Oração das 1 Mil Ave-Marias na Comunidade Vida Nova, mas que “alguém sentiu a inspiração e chegou com esse desejo. Foi uma inspiração de Deus”.
Oração de séculos
A prática das 1 mil Ave-Marias já era conhecida na Europa no período final da Idade Média e tem a Santa Catarina de Bolonha – uma freira clarissa que viveu entre 1413 e 1463 – reconhecida como propagadora desse tipo de oração – que era comum em períodos de aflição no continente. Ela recitava a oração em véspera de Natal.